Agência Panafricana de Notícias

Dois candidatos na corrida para liderança da Federeção Cabo-verdiana de Futebol

Praia, Cabo Vere (PANA) - O ex-presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, e o atual presidente da sua comissão de gestão, Mario Avelino “Donnay”, são os dois candidatos que vão disputar a presidência da FCF, nas eleições antecipadas de 28 de outubro, apurou a PANA de fonte autorizada.

Segundo o presidente da comissão eleitoral, José António Semedo, as pré-candidaturas de José Mário Correia e Manuel Conceição não conseguiram o número de subscrições exigidas, de três das 11 associações regionais, para serem admitidas ao escrutínio destinado a escolher o sucessor de Victor Osório.

Este último foi destituído, em agosto passado, por causa da polémica em torno da realização do campeonato nacional de futebol de Cabo Verde.

Mário Semedo volta a candidatar à presidência da FCF, cargo que ocupou durante 16 anos, e que deixou em 2015, quando foi substituído pelo jurista Victor Osório.

Em conferência de imprensa, Mário Semedo assegurou ter o “apoio incondicional” de seis das 11 associações regionais, razão pela qual se mostra seguro na vitória da sua equipa para gerir a federação nos próximos quatro anos.

Ele considera que, por tudo o que fez, juntamente com a sua equipa para que a FCF se tornasse numa “instituição credível” a nível nacional e à escala internacional e pelo “sentido de responsabilidade e condição de dirigente desportivo e intervenções públicas” tem o dever de salvaguardar e defender o nome da instituição.

Também Mário Avelino, atual presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul e que assumiu a comissão de gestão após a destituição de Víctor Osório, mostrou-se “convicto na vitória” no escrutínio do dia 28, sem, no entanto, revelar o número de associações que apoiam a sua candidatura.

Em relação ao seu adversário, Donnay, que há poucos dias deu conta de que o Ministério Público estava a investigar sobre suspeitas de atos de corrupção ocorridos nas duas gestões anteriores da FCF, considera que, num país “democraticamente civilizado”, ele não deveria candidatar-se ao cargo enquanto estivesse “sob investigação”.

“Pelos males que causou ao futebol nunca deveria ser candidato”, lançou Mário Avelino, sustentando que o “caso Tunísia”, motivado pela utilização de um jogador castigado e que levou Cabo Verde a ser afastado de disputar o play-off do Mundial 2014, é gravíssimo”.

O escrutínio para a eleição da nova direção da FCF acontece numa altura em que o Ministério Público está a investigar sobre suspeitas de crimes de abuso de confiança e associação criminosa na FCF, não tendo, entretanto, indicado qual o período em causa.

Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), a investigação foi decidida em agosto depois de terem chegado ao conhecimento do Ministério Público "factos relativos à gestão da Federação Cabo-verdiana de Futebol susceptíveis de indiciarem a prática de ilícitos criminais".

"Atento à natureza e especificidade dos ilícitos, o Ministério Público delegou competências na Polícia Judiciária para realização de diligências de investigação, visando o esclarecimento dos factos e determinar a sua relevância jurídico-penal", adianta um comunicado da PGR.

-0- PANA CS/IZ 24out2017