Agência Panafricana de Notícias

Diplomatas sauditas e árabes deixam Líbia por razões de segurança

Tripoli, Líbia (PANA) - Os membros das missões diplomáticas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos deixaram a Líbia para os seus países respetivos, indicou segunda-feira uma fonte próxima do Ministério líbio dos Negócios Estrangeiros, citada pela agência líbia de notícias, LANA.

"A partida do pessoal das duas missões diplomáticas ocorreu enquanto medida preventiva provisória", acrescentou a fonte que precisa que "o seu regresso estará ligado à melhoria da situação de segurança na Líbia".

Esta medida segue-se ao ataque de grupos armados contra a sede do Congresso Nacional Geral (CNG, Parlamento) que ocasionou confrontos armados que fizeram dois mortos e 55 feridos.

Sexta-feira, violentos confrontos entre milícias islamitas e tropas do general reformado Khalifa Hafter apoiadas por oficiais do Exército e tribos fizeram 79 mortos e 141 feridos, em Benghazi, no leste do país.

A vizinha Argélia decidiu encerrar rapidamente a sua Embaixada e o seu Consulado em Tripoli, a 16 de abril passado, devido a ameaças iminentes contra os seus diplomatas.

Terça-feira passada, o embaixador da Jordânia em Tripoli foi solto depois de 28 dias de detenção pelos seus raptores em troca da libertação de um islamista líbio detido na Jordânia desde 2007 por tentativa de atentado.

O diplomata tunisino Laaroussi Kontassi foi igualmente raptado a 17 de abril, juntando-se assim a Mohamed Belcheikh, um funcionário da Embaixada da Tunísia em Tripoli
sequestrado a 21 de março na capital líbia.

Os ataques contra os diplomatas estrangeiros multiplicaram-se nos últimos tempos na Líbia abalada pelo caos de segurança.

Em dezembro passado, cinco diplomatas egípcios foram sequestrados enquanto o responsável comercial da Embaixada da Coreia do Sul em Tripoli foi raptado antes da sua libertação alguns dias mais tarde.

Vários ataques visaram as Embaixadas estrangeiras em Tripoli dos quais o atentado contra os edifícios da Embaixada de França e o Consulado americano em Benghazi que fez quatro mortos incluindo o embaixador, Chris Steven.

Esta situação obrigou numerosas missões diplomáticas a reduzir o seu pessoal e a rodear-se de medidas de segurança draconianas.

-0- PANA BY/IS/IBA/MAR/IZ 19maio2014