Agência Panafricana de Notícias

Diplomata líbio exorta países africanos a contarem com seus próprios meios

Tripoli, Líbia (PANA)- Os países africanos devem em primeiro lugar contar com seus próprios antes de buscar uma cooperação no desenvolvimento Norte-Sul, declarou domingo em Tripoli Ali Triki, ex-ministro líbio dos Negócios Estrangeiros e presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas e secretário (ministro)encarregue dos assuntos da União Africana (UA).

Triki, que falava diante da conferência internacional sobre os migrantes africanos na Europa, exprimiu igualmente a sua deceção sobre a estagnação da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD).

"Pretendíamos realizar várias coisas com a NEPAD, mas este programa revelou-se mais um quadro de promessas que uma realidade.  Recebemos numerosas promessas neste sentido, mas os programas de ajuda à África são concebidos em desordem e são objeto de subornos e desvios", lamentou.

Triki atribuiu o desvio de fundos destinados ao desenvolvimento em África à ausência duma gestão financeira estrita.

Segundo ele, África não necessita duma ajuda ao desenvolvimento mas de recursos para investir no seu setor industrial com vista à transformação das suas abundantes matérias primas locais a fim de trocar com o resto do mundo.

"A assistência não é uma caridade ou doação, mas uma responsabilidade dos países ricos para com África", declarou Triki, argumentando que, com uma base industrial bem instalada, o continente não deixaria seus jovens sujeitarem-se à humiliação de ser tratados como Imigrantes clandestinos nos países europeus.

Ele frisou que não se deve deixar os Africanos da Diápora continuarem a ser humilhados.

"Eles devem viver decentemente nos seus países de acolhimento ou ser autorizados a regressar ao seu país de origem com dignidade", declarou.

Triki convidou os Governos africanos a criarem oportunidades de emprego e condições de vida que possam reter os seus cidadãos qualificados para trabalhar nos seus países "em vez de ir procurar pastos mais verde no estrangeiro".

Além disso, um delegado gambiano à Conferência, Mamma Kande, declarou que os Africanos devem encontrar uma solução comum para o problema crescente dos migrantes ilegais.

"Esta iniciativa não deve ser unicamente do guia líbio, Muamar Kadafi, mas de todos os dirigentes africanos. A migração ilegal é um problema muito sério. Cada Africano deve contribuir para eliminar a pobreza, que é a fonte deste problema", acrescentou.

A conferência de três dias, que reúne mais de 400 Africanos da Diáspora na Europa, na América do Norte, nos Caraíbas e na Austrália, termina esta segunda-feira depois da adoção dum documento sobre a criação da União Internacional dos Migrantes Africanos.

-0- PANA AR/VAO/FJG/JSG/MAR/DD 17jan2011