Agência Panafricana de Notícias

Diplomacia nigeriana pede explicações sobre observações de Trump

Abuja, Nigéria (PANA) - O ministro nigeriano dos Negócios Estrangeiros, Geoffrey Onyeama, recebeu, segunda-feira, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos na Nigéria, David Young, para mais esclarecimentos sobre a controvérsia em torno das declarações desdenhosas do Presidente americano, Donald Trump, sobre África.

A realização deste encontro foi confirmada terça-feira, em Abuja, pelo porta-voz da Embaixada americana na Nigéria, Russell Brooks.

Muito antes, o Governo nigeriano convocou o embaixador dos Estados Unidos na Nigéria, Stuart Symington, na sequência dos comentários depreciativos do Presidente Trump.

Este último criticou, na semana passada, os migrantes de África, Haiti e do Salvador, que segundo ele vinham de "países de merda", uma declaração que enfureceu vários países e atraiu as críticas da União Africana (UA) e outras instituições.

O Gana, o Botswana e a África do Sul convocaram todos os embaixadores americanos nos seus países na sequência dessas observações.

Mas Brooks declarou, num comunicado, que o embaixador Young "reafirmou as excelentes relações entre os Estados Unidos e a Nigéria".

Os dois diplomatas também "discutiram sobre a cooperação entre os dois países", acrescentou o porta-voz.

De acordo com a media americana, Trump alegadamente taxou o Haiti, El Salvador e África como "países de merda", a 11 de janeiro corrente, numa reunião com deputados.

De acordo com informações veiculadas pela imprensa, Trump prefere os migrantes da Noruega e da Ásia, que, segundo ele, ajudam economicamente o país.

"Porquê que todos esses migrantes de países merda veem aqui? Porquê que temos de ter mais Haitianos, mandem-nos para casa", declarou Trump, citado pelo Washington Post.

Mas o locatário da Casa Branca negou tais comentários num tweet enviado sexta-feira de manhã.

"Eu nunca disse nada de mau contra Haitianos, salvo o facto de que é uma evidência que o Haiti é um país muito pobre em dificuldades", afirmou, assegurando ter "uma relação maravilhosa com os Haitianos".

-0- PANA MON/VAO/NFB/DIM/IZ 16jan2018