Agência Panafricana de Notícias

Diáspora moçambicana satisfeita com progressos no diálogo político

Haia, Países Baixos (PANA) - Os Moçambicanos residentes na Bélgica, nos Países Baixos e no Luxemburgo expressaram satisfação pelos progressos registados no diálogo político no país de origem, com o engajamento do Presidente da República, Filipe Nyusi, na busca de melhores caminhos para uma paz efetiva e duradoira.

Numa mensagem apresentada sexta-feira ao Presidente Nyusi, no último dia da visita oficial de três dias que efetuou aos Países Baixos, os Moçambicanos naqueles três países europeus manifestaram, por outro lado, preocupação face ao crescente custo de vida no país.

“Fazemos votos para que a trégua que se vive no país se prolongue para sempre e desemboque num acordo final de cessação das hostilidades militares para que, de forma definitiva, a nossa economia seja relançada”, disse Anifa Pereira, que teve a honra de ler a mensagem.

Eles encorajaram ainda o líder da Renamo (Afonso Dhlakama) para, juntamente com o Presidente da República, continuar a cultivar a confiança que ambos têm estado a construir, “transmitindo, a todos os níveis, os valores da unidade nacional, tolerância, reconciliação".

Os dois líderes políticos foram igualmente chamados a incutir em todos os Moçambicanos "a valorização do que mais nos une para se eliminar as diferenças em prol do bem comum”.

“A diáspora também sente a dor dos familiares e concidadãos no geral que estão a braços com uma das maiores crises económicas e financeiras dos últimos tempos. A inflação galopante, as taxas de juro elevadíssimas e consequente perda do poder de compra são situações que afetam a todos os Moçambicanos em maior ou menor medida”, acrescenta a mensagem.

Os Moçambicanos na Bélgica, Holanda e Luxemburgo sentem-se afetados com a suspensão da ajuda direta ao orçamento pelos parceiros de cooperação internacional, devido ao que consideram de “má gestão de recursos financeiros e incumprimento da Constituição e das leis aprovadas por instituições democraticamente estabelecidas”.

Na mensagem, eles afirmam que a confiança nas instituições democráticas e nos sistemas de gestão da coisa pública foram postas em causa com as “dívidas ocultas”,.

Apelam para que os resultados da auditoria independente realizada pela Kroll, cujo relatório foi recentemente entregue à Procuradoria Geral da República (PGR), sejam oportunidade para a tomada de medidas para melhorar a confiança nas instituições moçambicanas, mas sobretudo para aperfeiçoar os mecanismos de planificação, gestão e monitoria da economia.

Quanto aos baixos salários pagos no país, a mensagem cita palavras do estadista moçambicano segundo as quais o país precisa de produzir mais para poder satisfazer cada vez melhor as necessidades do povo, incluindo salários condignos para os funcionários públicos.

Na ocasião, queixaram-se das alegadas barreiras alfandegárias que enfrentam quando tentam enviar bens para Moçambique.

Apelaram ao Executivo para incentivar a diáspora a investir no país, através de medidas de facilitação de obtenção de documentos e licenças, bem como isenção de impostos no envio de bens e equipamentos para o desenvolvimento de empreendimentos económicos, bem como para o envio de contentores com ajuda humanitária.

A instalação de um escritório de emissão de passaportes pelo menos num país europeu, a criação de condições para que, a partir das próximas eleições, se instale uma mesa de voto na Embaixada moçambicana em Bruxelas (Bélgica) são outras das preocupações apresentadas pelos Moçambicanos residentes nos três países.

-0- PANA AIM/IZ 21maio2017