Agência Panafricana de Notícias

Despesas com evacuações médicas aumentam 6% em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – As despesas com as evacuações médicas, em Cabo Verde, aumentaram quase seis por cento, em 2020, atingindo o montante de sete milhões de euros, apurou a PANA de fonte oficial.

A conclusão consta de um relatório sobre os pagamentos de 2020 do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), conhecidos esta quinta-feira.

O INPS indica que, em todo o ano de 2020, os custos com as evacuações médicas suportadas pela segurança social ascenderam a mais de 776,3 milhões de escudos cabo-verdianos (sete milhões de euros), um aumento de 5,8 por cento face aos 733,4 milhões de escudos (6,6 milhões de euros) de 2019.

O INPS é a instituição que gere as pensões e as contribuições sociais dos trabalhadores, que em alguns casos incluem acompanhantes.

A mesma fonte indica que cerca de 65 por cento do total dessas despesas, no ano passado, foram relativas às evacuações médicas para Portugal.

O custo com o transporte e estadia destes doentes em evacuações médicas entre as ilhas e para Portugal  atingiu um pico histórico de 80,7 milhões de escudos cabo-verdianos (728 mil euros), en março passado.

Dados anteriores do INPS referem que as evacuações médicas suportadas pela segurança social cabo-verdiana abrangeram 3.891 doentes em 2019, sobretudo entre as ilhas do arquipélago e com menos quase 100 pacientes deslocados (319 no total) para tratamento em hospitais, em Portugal.

As especialidades mais solicitadas nas evacuações para tratamento, em Portugal, em 2019, foram oncologia (104 casos), cardiologia (67), ortopedia (44), oftalmologia (32) e neurocirurgia (25).

“Apesar da dinâmica dos evacuados para o exterior, concluiu-se o ano 2019 com 549 evacuados ativos, em Portugal”, refere um relatório anterior do INPS.

Globalmente, as evacuações médicas, suportadas pelo INPS, movimentaram, em 2019, um total de 5.562 pessoas, incluindo em alguns casos familiares dos doentes.

O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, reconheceu, no final de janeiro, que, apesar do “momento difícil” dos hospitais portugueses desde o início da pandemia da covid-19, Portugal “nunca fechou as portas” aos doentes cabo-verdianos do programa de evacuações médicas.

“Mesmo num momento difícil, nós sabemos a situação de Portugal, dos hospitais em Portugal [devido ao aumento de casos da covid-19, no início deste ano]. Mas mesmo num momento difícil, Portugal nunca fechou as portas e mesmo assim nós continuamos com o programa de evacuações”, reconheceu.

O governante falava na inauguração do novo centro de hemodiálise do Hospital Baptista de Sousa, ilha de São Vicente, cuja construção foi cofinanciada por Portugal.

Arlindo do Rosário insistiu que é de “enaltecer o programa de cooperação entre Portugal e Cabo Verde, particularmente no setor da Saúde”, concretamente em áreas como as evacuações médicas ou pelo “apoio na assistência técnica e formativa” aos especialistas cabo-verdianos, permitindo que o país “ganhe progressivamente competências”.

-0- PANA CS/IZ 13maio2020