Agência Panafricana de Notícias

Demissão do Papa comentada no início de Quaresma nos Camarões

Douala, Camarões (PANA) – A demissão do Papa Bento XVI esteve no centro das missas de início da Quaresma nesta quarta-feira dos cristãos católicos dos Camarões, constatou a PANA em Douala, a segunda cidade do país.

Antes da missa das seis horas da manhã na Paróquia Cristo Rei da Cidade-Sic, um bairro populoso de Douala, as conversas dos fiéis só giravam em torno deste "assunto de grande importância".

"O Papa não resistiu às pressões de alguns lobbies que queriam que ele concordasse com práticas desumanizantes no mundo, nomeadamente casamentos homossexuais e a pedofilia", sustenta Paul Bakomog, fiel nesta paróquia.

Para uma "Senhora Apostólica", grupo de oração interna desta paróquia, "Bento XVI mostrou a grandeza da sua fé. Seja qual for a interpretação da sua renúncia, o essencial está nas razões que ele mesmo indicou".

A discussão alargou-se a pequenos grupos de fiéis até quando os sinos tocaram, chamando-os a integrarem a capela para a missa matinal.

No seu sermão do dia, o Padre Bayemeg disse aos numerosos fiéis da manhã que "Deus chama todo o mundo a encontrar-se com ele neste dia de Quaresma".

Falando do Papa Bento XVI, o dignitário religioso disse que ele não se demitiu mas que abdicou por razões de saúde.

Frisou que "o Papa Bento XVI deu prova de humildade, de sabedoria e de grande fé em Deus o Criador".

"Ele afirmou sentir as suas forças falhar ao ponto de já não conseguir cumprir a sua missão com dignidade. Não quis ser responsável pelas decisões tomadas por outras pessoas mas assinadas por ele. É uma Graça", afirmou.

Ele fez questão de precisar que "o Papa Bento XVI tomou a sua decisão com toda liberdade".

No entanto, ele não convenceu todos os fiéis pois alguns continuaram a animar debates sobre esta matéria no final da missa que consagra o início da Quaresma que marca, para os cristãos católicos, o início do sofrimento de Jesus Cristo e que acaba com a sua morte na cruz para salvar a humanidade.

Segundo os responsáveis da Igreja Católica Romana Universal, a Quaresma baseia-se em três pilares, designadamente a partilha, a oração e a penitência.

-0- PANA NNM/JSG/IBA/CJB/DD 13fev2013