Agência Panafricana de Notícias

Defensores dos direitos humanos exigem libertação imediata de jornalista moçambicano

Paris, França (PANA) - Trinta e oito organizações, incluindo Repórteres Sem Fronteiras, pedem, este sábado, a libertação "imediata e incondicional" do jornalista moçambicano, Amade Abubacar, em detenção provisória há mais de três meses, em violação, a seu ve, da lei moçambicana segundo a qual uma detenção preventiva não pode exceder 90 dias.

"A detenção arbitrária deste jornalista  reflete a vontade das autoridades moçambicanas de impedirem a cobertura da insurgência islamita que afeta as regiões do norte do país. Este repórter fez apenas o seu trabalho. Exigimos a sua libertação imediata e incondicionalmente, bem como a abertura dum inquérito sobre o mau  trato de que alegadamente foi vítima", denunciou a RSF.

Amade Abubacar, jornalista da rádio comunitária de Nacedje, de Macomia, foi detido a 5 de janeiro último, quando recolhia testemunhos de famílias vítimas de insurgentes islamitas, que se encontravam na região de Cabo Delgado, no norte do país, desde outubro 2017.

"O jornalista foi inicialmente detido num campo militar onde ele alega ter sido maltratado antes de ser transferido para uma prisão de direito comum.  Até ao momento, ele não foi formalmente acusado e a sua família não foi autorizada a visitá-lo", indignaram-se organizações de defesa dos direitos humanos.

As mesmas apelaram às autoridades moçambicanas para porem termo às detenções arbitrárias, à detenção de jornalistas e libertarem imediata e incondicionalmente Amade Abubacar, que, a seu ver, é um prisioneiro de consciência encarcerado exclusivamente pelo seu trabalho de jornalista.

"Também exortamos às autoridades moçambicanas a investigarem sobre alegações de maus tratos a que foi sujeito Amade durante a sua detenção numa prisão militar e pedirem contas a todos aqueles que tenham a ver com o caso.", lê-se numa declaração conjunta.

Estas ações marcam um precedente perigoso no tocante à liberdade de imprensa e de expressão em Moçambique, concluíram as organizações.

-0- PANA BM/DIM/DD 13abril2019