Agência Panafricana de Notícias

Crise económica mundial sacode África, segundo peritos onusinos

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- As dificuldades económicas da África agravaram-se nestes últimos meses devido à crise económica mundial que se traduziu por uma baixa sensível dos preços das matérias-primas no mundo, constataram sexta-feira peritos onusinos.
Peritos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) reunidos sexta-feira em Addis Abeba para discutir sobre a crise económica, disseram que os efeitos desta crise sobre as economias africanas parecem mais severos do que previsto.
"Os efeitos da crise são agora mais sensíveis do que previsto há alguns meses deviso à queda mais pesada das economias desenvolvidas", disse George Okutho, director da OIT na capital etíope.
A OIT convovou um grupo de peritos para um encontro consagrado à procura de soluções para a crise económica que assola a África e estudar os diferentes sectores que possam ainda ser protegidos dos efeitos negativos desta crise.
Em África, os efeitos da crise financeira internacional são actualmente ressentidos na maioria dos sectores que contribuíram para o crescimento económico do continente.
Okutho sublinhou que os efeitos da recessão começaram a surgir no continente e refletem-se sobre a redução dos objectivos do crescimento económico, a queda das moedas e a redução das procuras em matéria de exploração.
Ele acrescentou que o crescimento económico do continente deverá afrouxar e a África Oriental deverá estar entre as regiões do continente mais atingidas por causa da dependência do seu crescimento económico da alta das exportações dos produtos agrícolas, nomeadamente os da horticultura.
A Etiópia, o Quénia e a Tanzânia sofrem hoje da redução dos preços no Ocidente com a baixa unilateral dos preços dos produtos alimentares pelas cadeias dos supermercados, referiu-se Okutho recordando que nestes últimos quatro meses, os preços dos principais produtos baixaram na Europa e nos Estados Unidos de América por causa da crise económica mundial.
Ressaltou que os compradores e accionistas europeus de flores estabelecem uma discriminação em relação às flores dos países como Tanzânia, Etiópia e Quénia, causando deste modo uma redução recente de 30 para 50 por cento dos preços preferidos pelos accionistas para comprar flores cultivadas pelos Europeus.
"Isto é uma séria ameaça pois face às despesas elevadas da exploração, muita gente será constrangida a fechar.
É o período mais díficil que atravessam os horticultores tanzanianos", indignou-se o perito da OIT diante de um grupo de eminentes peritos africanos presentes na reunião de Addis Abeba.
Segundo ele, a maioria dos supermercados na Europa e nos Estados Unidos reduziu igualmente os preços das frutas frescas em 25 por cento, causando assim enormes perdas aos fazendeiros africanos.