Agência Panafricana de Notícias

Covid-19 sobe para 43 em Angola

Luanda, Angola (PANA) – Angola passou de 36 para 43 casos confirmados de covid-19 com o anúncio, sexta-feira, de sete novos casos positivos de transmissão local, a partir de contactos diretos de dois pacientes já internados. 

Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, trata-se de três cidadãos angolanos e quatro conakry-guineenses, num total de seis homens de 23, 24, 31, 35, 36 e 52 anos de idade e uma mulher de 45 anos.

Eles são contactos diretos dos “casos 26 e 31” e já se encontram em quarentena institucional, disse o governante.

Falando na habitual conferência de imprensa de atualização de dados sobre a evolução da covid-19, no país, Mufinda precisou que o cidadão da Guiné-Conakry, paciente do “caso 31”, se relacionou com quatro pessoas e o angolano do  “caso 26” com três.

O cidadão guineense (caso 31) é comerciante de 36 anos, residente no bairro Hoji Ya Henda, em Luanda, que, tal como muitos outros pacientes, chegou ao país num voo da transportadora angolana TAAG do dia 17 de março de 2020.

Foram identificados 54 contactos seus, incluindo os quatro com diagnóstico positivo, ao passo que, para o paciente do “caso 26”, foram processados 32 contactos, dos quais 11 testes positivos e 21 negativos acumulados até quinta-feira, 07 de maio.

Franco Mufinda acrescentou que, a partir do “caso 26”, foram colhidas mais 150 amostras no bairro Cassenda, em Luanda, cujos resultados serão conhecidos nos próximos dias.

Depois de completar 48 horas seguidas sem novas infeções, Angola totaliza assim 43 casos confirmados, dos quais dois óbitos, 11 curas e 30 doentes clinicamente estáveis internados em unidades sanitárias de referência, na capital do país, Luanda.

Até agora, foram colhidas cinco mil 393 amostras, sendo 43 positivas, quatro mil 614 negativas e 736 ainda em processamento.

As autoridades sanitárias controlam igualmente mil e 98 pessoas, em quarentena institucional, e têm sob investigação 417 casos suspeitos e mil e cinco contactos diretos.

O epicentro da doença continua a ser a província de Luanda, a capital e a única com casos positivos até agora, com 85 por cento dos infetados em idades compreendidas entre os zero e os 49 anos, predominantemente do sexo masculino, segundo dados oficiais.

O país ainda não registou nenhum caso de transmissão comunitária do coronavírus, mas o súbito aumento na contaminação local foi um dos argumentos invocados pelo Presidente da Repúlica, João Lourenço, para solicitar a prorrogação do Estado de Emergência nacional.

O pedido foi unanimemente aprovado sexta-feira pelos deputados, conduzindo à prorrogação, por mais 15 dias, do Estado de Emergência em vigor, no país, desde 27 de março último, como forma de conter a propagação da covid-19.

Esta é a terceira renovação do Estado de Emergência, em Angola, desde o anúncio  dos primeiros casos positivos do vírus provocador da pandemia da covid-19.

A decisão é fundada na constatação de que persistem as razões que fundamentaram a declaração inicial do Estado de Emergência e a sua sucessiva prorrogação, em 12 e 26 de abril deste ano, sobretudo com o aumento dos casos de transmissão local.

Considerou-se que esta situação coloca o país em risco iminente de transmissão comunitária da doença, depois de cumpridos três períodos do Estado de Emergência ou 46 dias desde a confirmação dos primeiros casos positivos, no país.  

A última prorrogação do Estado de Emergência foi decretada a 26 de abril passado para vigorar até 10 de maio corrente, enquanto nova fase tem efeitos de 11 a 25 deste mês.

Nesta terceira recondução, mantêm-se as principais restrições ou limitações impostas nas fases anteriores, como o encerramento das fronteiras nacionais, a proibição de entrada e saída da capital, Luanda, bem como a suspensão dos aulas, dos cultos religiosos e das atividades de lazer.  

-0- PANA IZ 09maio2020