Agência Panafricana de Notícias

Consórcio pede financiamento de infraestruturas em África

Túnis- Tunísia (PANA) -- Os membros do Consórcio para as Infraestruturas em África (ICA) concluíram, no fim de semana, depois de dois dias de reunião em Túnis, pela necessidade de investir "maciçamente" na infraestrutura transfronteiriça para promover o potencial económico de África.
Lançado pela Cimeira do G8 (Grupo dos Oito países mais industrializados do mundo) em 2005, o ICA é uma plataforma de diálogo e de coordenação cuja missão é contribuir para a melhoria das condições de vida e do bem-estar económico das populações africanas, apoiando a promoção dos investimentos no desenvolvimento das infraestruturas no continente.
"No seu papel catalisador, o consórcio pretende reforçar e acelerar o desenvolvimento da infraestrutura em África e ajudar a identificar e eliminar os bloqueios técnicos e políticos", indicam os participantes, no comunicado final que sancionou a sua sexta assembleia anual.
Sob o lema "Integração das Economias Africanas pela Infraestrutura Regional", a reunião foi copresidida pelo vice-presidente executivo da Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional (ACDI), David Moloney, e pelo vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Bobby J.
Pittman.
Ela agrupou altos representantes dos Governos do G8, de instituições multilaterais como o BAD, o Banco Mundial, a Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento (BEI), e instituições africanas.
Ao lado da Comissão da União Africana, da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) e das comunidades económicas regionais e os bancos regionais de desenvolvimento, participaram igualmente delegados do grupo de coordenação dos fundos árabes, da China e da Coreia.
Um acesso fiável à energia, aos recursos hídricos, às tecnologias da informação e comunicação (TIC) bem como aos corredores de transporte que ligam os países africanos é crucial para acelerar o crescimento económico, acrescenta o documento.
Os membros do ICA defendem ainda que estas infraestruturas são uma condição indispensável para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
Constataam que os compromissos financeiros externos para os projectos de infraestruturas passaram para perto de 40 biliões de dólares americanos em 2009, apesar do impacto da crise económica mundial.
Igualmente, eles sublinham que só os investimentos dos membros do ICA passaram de 13 biliões e 700 milhões de dólares em 2008 a 19 biliões 500 milhões de dólares americanos em 2009, ou seja, uma progressão de 45 porcento.
Para acelerar a aplicação da infraestrutura regional, eles julgaram imperioso instaurar instrumentos financeiros inovadores, além duma harmonização e duma coordenação mais estreitas entre os intervenientes, incluindo os poderes públicos nacionais.
Com efeito, os participantes desejaram uma divisão equitativa dos custos e vantagens dos projectos fronteiriços entre países participantes.
Pittman revelou, numa conferência de imprensa, que os financiamentos do sector privado cuja contribuição era "considerável" antes, registaram contudo uma baixa de 20 porcento nos últimos 18 meses devido à crise internacional.
Contudo, ele disse que se esperava uma "recuperação" destes financiamentos a favor da retoma subsequente à crise.
Por seu turno, Moloney salientou a importância "essencial" da integração regional para o desenvolvimento socioeconómico de África.
Segundo ele, "o interesse crescente dado aos grandes projectos de corredores transfronteiriços constitui uma evolução encorajadora.
A instauração de todas estas iniciativas passa pelo engajamento e pela colaboração de todas as partes interessadas", sugeriu.
Alex Rugamba, coordenador do ICA, declarou, por seu turno, que "para enfrentar o desafio da integração económica regional, são necessárias soluções de infraestruturas regionais".
Ele considerou que "o desenvolvimento da infraestrutura poderá acrescentar dois pontos percentuais ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do continente e melhorar a produtividade de 40 porcento".