Agência Panafricana de Notícias

Conselho de Segurança da ONU sem consenso sobre golpe no Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Conselho de Segurança da ONU, que manteve uma reunião à porta fechada sobre o golpe de Estado no Burkina Faso, falhou um acordo para uma declaração conjunta sobre a tomada do poder pelos militares, segundo diplomatas na sede da ONU, em Nova Iorque.

Segundo a mesma fonte, na ausência de acordo entre os seus 15 membros, o Conselho viu-se obrigado a continuar a negociar.

A reunião foi solicitada pelos atuais três membros africanos não permanentes do Conselho de Segurança  (Gana, Quénia e Gabão).

O Conselho ouviu o representante da ONU na África Ocidental, Mahamat Saleh Annadif, que visitou recentemente o Burkina Faso numa missão conjunta com um representante da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

De acordo com o projeto de declaração iniciado pelo Gana, atual presidente da CEDEAO, o Conselho não condenaria formalmente o golpe, mas expressaria a sua "preocupação".

Apelaria também para o regresso à ordem constitucional, no Burkina Faso, o mais depressa possível, e a libertação do Presidente derrubado pelos militares, Roch Marc Christian Kaboré.

O Conselho também daria o seu total apoio aos esforços da CEDEAO para resolver a crise.

Os militares tomaram o poder no Burkina Faso, em 24 de janeiro, após um tiroteio do dia anterior em vários quartéis, em Ouagadougou e outras cidades, incidentes que foram inicialmente descritos como um alegado motim para exigir melhoria das condições nas Forças Armadas.

O golpe foi confirmado depois de membros da junta militar terem aparecido na televisão estatal RTB a anunciar que tinham deposto o Presidente Roch Kaboré, bem como outras medidas, tais como a dissolução do governo e do parlamento e a suspensão da Constituição (parcialmente restaurada em 31 de Janeiro).

O Burkina Faso sofre os efeitos de atividades 'jihadistas' desde 2015 e os ataques, atribuídos a grupos aliados da Al-Qaida e do grupo extremista Estado Islâmico, causaram mais de 1,5 milhões de deslocados internos, segundo o governo de Ouagadougou.

-0- PANA IZ 11fev2022