Agência Panafricana de Notícias

Comissão de Inquéritos da UA reúne-se com vítimas de atrocidades no Sudão do Sul

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A missão de inquérito da União Africana sobre os crimes cometidos no Sudão do Sul durante a guerra vai reunir-se no quadro da segunda fase das suas investigações com as vítimas destas atrocidades registadas nos últimos seis meses, indica um comunicado publicado segunda-feira.

Esta Comissão de Inquérito liderada pelo antigo Presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo (de 1999 a 2007) vai reunir-se com cidadãos sul-sudaneses e grupos de pressão no país, indica a nota.

Durante a sua estada no país, o painel vai recolher informações com relatórios de primeira mão do conflito.

Os membros do painel vão recolher igualmente testemunhos sobre as atrocidades cometidas durante a guerra, junto de organizações da Sociedade Civil e junto de outros atores.

A missão de investigação da UA vai ainda abordar as causas do conflito no Sudão do Sul antes de fazer recomendações sobre as melhores vias e meios a utilizar para responsabilizar autores das atrocidades e promover a reconciliação e o perdão entre todas as comunidades no Sudão do Sul.

Esta comissão de inquéritos da UA vai investigar sobre as violações dos direitos humanos e sobre outros abusos perpetrados durante o conflito neste mais novo país africano com o objetivo prevenir e dissuadir potenciais autores de atrocidades no continente.

O Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, declarou que o conflito no seu país foi desencadeado por uma reação das suas forças armadas ao que chamou de "um golpe de Estado".

Declarou no entanto ter dado prova de moderação ao evitar matar altas personalidades, adversárias políticas, que desejavam assassiná-lo.

O seu principal rival político, Riek Machar (seu ex-Vice-Presidente), revelou, por seu turno, que o seu desacordo com o Presidente se segue a uma divergência sobre um projeto de redação duma nova Constituição.

Esta crise política desembocou finalmente em confrontos militares com um balanço pesado de perdas de vidas humanas.

Propostas foram feitas para julgar, diante do Tribunal Penal Internacional (TPI), as pessoas acusadas de crimes e de outros abusos neste mais jovem Estado do mundo.

Riek Machar insistiu para que os culpados fossem julgados sem tardar diante de jurisdições internacionais.

-0- PANA AO/VAO/BAD/IS/IBA/MAR/DD 27maio2014