Agência Panafricana de Notícias

Comissão da União Africana adverte autores de violências na RCA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma, advertiu que os atos criminosos cometidos por grupos armados contra as populações civis inocentes pertencentes à comunidade muçulmana, bem como contra Tchadianos na República Centroafricana (RCA), só vão agravar as divisões comunitárias e religiosas existentes no país.

Exprimindo a sua profunda preocupação pelas violências perpetradas na capital da RCA, Bangui, e noutros locais do país abalados pela guerra, Zuma revelou que tais atos vão estorvar os esforços de estabilização envidados pelas autoridades do país com o apoio dos dirigentes da região, de África e do resto da comunidade internacional.

Num comunicado divulgado quinta-feira pelo Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA, ela notou igualmente com "uma profunda preocupação" o novo fenómeno de ataques deliberados perpetrados por elementos das milícias anti-Balaka contra o pessoal da Missão Internacional de Apoio na RCA (MISCA) dirigida por Africanos".

A 6 de fevereiro, três soldados rwandeses e um polícia camaronês da Unidade de Polícia Constituída (UPC), desdobrados na zona da MISCA, no norte de Bangui, ficaram feridos, alguns dos quais em estado muito grave, quando garantiam a proteção de cidadãos tchadianos que estavam a ser repatriados, indignou-se.

Zuma sublinhou o engajamento da UA de se certificar de que os autores e mentores destes atos serão responsabilizados pelos seus atos.

Reafirmou a posição da UA de garantir um cumprimento efetivo do mandato da MISCA, incluindo a proteção das populações civis e outras atividades essenciais à estabilização da RCA além da proteção do corredor que liga o país aos Camarões.

A presidente da CUA declarou que a MISCA "tomará medidas apropriadas, incluindo a utilização da força, contra quaisquer milícias ou outros elementos armados que continuarem a cometer abusos e mantiverem um clima de insegurança e de ódio no país.

A mesma medida diz igualmente respeito, de acordo com Zuma, a todos quantos atacam o seu pessoal no terreno.

Reiterou o pedido feito pelo CPS, a 29 de janeiro último, a todas as partes abrangidas, de exortar seus apoiantes a porem termo de imediato aos ataques contra a população civil e a outras atividades suscetíveis de minar os esforços de paz e de reconciliação no seu país.

Frisou que a CUA vai finalizar, logo que seja possível, uma lista de pessoas visadas por sanções em consonância com as decisões pertinentes do CPS.

Neste sentido, Zuma declarou que a UA se compromete desde já a cooperar inteiramente com as Nações Unidas na aplicação de sanções adotadas pelo Conselho de Segurança contra indivíduos e entidades que minam os esforços de paz bem como o cumprimento do mandato da Comissão Internacional de Inquérito do responsável onusino para elucidar as violações dos direitos humanos e das leis humanitárias internacionais na RCA desde 1 de janeiro de 2014.

-0- PANA AR/VAO/MTA/AAS/IBA/MAR/DD 14fev2014