Agência Panafricana de Notícias

Cinco mortos em manifestações na Etiópia

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Cinco pessoas foram mortas, segunda-feira, entre manifestantes que protestavam contra a vaga de assassinatos violentos na periferia de Addis Abeba, a capital etíope, segundo a Polícia.

Os manifestantes, na sua maioria residentes da periferia da cidade de Addis Abeba, saíram à rua em massa para reclamar pela proteção da Polícia, depois do anúncio da morte de pelo menos 23 pessoas em Barayu, arredores da capital.

O chefe da Polícia, Zeynu Jamal, declarou segunda na televisão que as cinco pessoas foram mortas durante confrontos com forças da ordem.

Segundo este último, a Polícia foi informada da presença de manifestantes "com armas perigosas", enquanto se preparava para restabelecer a ordem.

Testemunhas oculares indicaram que unidades da Polícia antimotim foram desdobradas no centro de Addis Abeba à volta das instalações da televisão etíope para dispersar os manifestantes.

A Polícia conseguiu cercar a zona e afastar os veículos da sede da televisão estatal.

As circunstâncias da morte dos manifestantes continuam confusas, mas, segundo o chefe da Polícia, as forças da ordem "tentavam impedí-los de efetuar pilhagens".

Pelo menos 800 pessoas foram deslocadas pela onda de violência do último fim de semana nos subúrbios de Addis Abeba, em atos imputados a um grupo organizado, que teria pilhado casas e queimado estabelecimentos comerciais.

Os confrontos iniciaram-se depois dum grande comício visando acolher o líder exilado da Frente de Libertação Oromo (OLF), Dawud Ibsa, chegado sábado a Addis Abeba.

Os cortejos de autocarros dos apoiantes da OLF foram vistos a atravessar a fronteira entre a Eritreia e a Etiópia depois que a direção deste movimento rebelde anunciou a sua intenção de fazer uma oposição política pacífica.

O Governo etíope fez um gesto para a paz, anunciando que o grupo já não era considerado como terrorista.

Contudo, confrontos eclodiram quando membros do mesmo grupo chegaram a Addis Abeba para celebrar o regresso do seu chefe, Dawud Ibsa, depois de 26 anos de exilio, para participar na vida política nacional.

-0- PANA AO/MA/NFB/TBM/IZ 18sept2018