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Cimeira da UA abre com apelo para industrialização rápida e luta contra pobreza

Addis Abeba, Etiópia (PANA)- Os dirigentes africanos abriram a XX Cimeira da União Africana (UA), domingo em Addis Abeba, com apelos para a luta contra a progressão rápida da pobreza, a promoção da democracia e a revisão dos modelos de crescimento económico para estimular o crescimento industrial.

A presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, exortou os dirigentes africanos a abandonar as atitudes habituais em matéria de industrialização, advertindo que os países que estavam ao mesmo nível que África progrediram mais rapidamente.

"Devemos desenvolver o nosso próprio modelo de crescimento económico e ultrapassar os modelos existentes", indicou Dlamini-Zuma, sublinhando que África dispunha de ingredientes necessários para desenvolver as suas economias e voltar-se para um futuro industrializado.

Seis das 10 economias com crescimento mais rápido no mundo estão em África, enquanto a jovem população do continente inspirou uma revolução baseada em microfinanças pela introdução dos serviços de transferência de dinheiro por telefone móvel, notou Dlamini-Zuma.

A presidente da Comissão da UA sublinhou que a Revolução da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) que se estende em toda África, a existência de vastas extensões de terras aráveis, os vastos recursos mineiros e uma população instruída deverão favorecer uma industrialização rápida.

Por seu turno, o Presidente ganense, John Dramani Mahama, considerou que, apesar de atravessarem um período difícil, as economias africanas estão cheias de promessas.

"Com o desenvolvimento duma tecnologia em África, deveremos avançar", indicou o Presidente do Gana.

"Não podemos ficar bloqueados nos episódios sombrios do nosso passado ou na situação no Mali, na Somália e na República Democrática do Congo. Os sonhos que inspiraram os nossos pais fundadores deverão levar-nos a realizar os progressos desejados pelos nossos antecessores", acrescentou.

Enquanto isso, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou que se os países africanos registassem um crescimento rápido, previsto para ultrapassar a média de cinco porcento da década passada, a pobreza seria um desafio a vencer.

"Estou preocupado pelos milhões de Africanos que vivem na pobreza. É a razão pela qual desejamos resultados. Olhamos além dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, e um Painel de Alto Nível vai reunir-se em Monróvia, na Libéria, para discutir o após 2015", disse Ban Ki-moon.

O chefe da ONU advertiu os dirigentes africanos a tomar precauções, em particular resolvendo as desigualdades nas suas sociedades, o que, segundo ele, é fonte de instabilidade.

A Cimeira preparou-se para acolher o recém-eleito primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, que assiste à sua primeira Cimeira enquanto chefe do Governo da Etiópia e cuja candidatura foi aprovada por unanimidade para assumir a Presidência da UA.

"África apresentou um crescimento económico de seis porcento bem acima da média mundial, ainda que isto não baste para lutar contra a pobreza. Espero que o ano de 2013 seja um ano de realização da ambição africana", declarou Thomas Yayi Boni, o presidente cessante da União Africana.

-0- PANA AO/VAO/FJG/JSG/MAR/IZ 27jan2013