Agência Panafricana de Notícias

Chefe de Governo tunisino condena violência em Siliana

Túnis, Tunísia (PANA) - O chefe do Governo tunisino, Hamaddi Jebali, condenou quinta-feira os atos de violência que afetam há três dias a prefeitura de Siliana, uma região deserdada do centro do país pela precariedade das condições de vida.

Os confrontos entre manifestantes e forças da ordem fizeram cerca de 300 feridos dos quais vários gravemente atingidos a tiro nos olhos, segundo uma fonte hospitalar.

Numa conferência de imprensa retransmitida em direto pela televisão nacional "Watanya 1", Jebali acusou "algumas formações" políticas e sindicalistas de provocar este recrudescimento de violência, em alusão a partidos de esquerda, membros da Frente Popular.

"O que é grave é que estes partidos tomam por cobertura a União Geral Tunisina do Trabalho (UGTT) e utilizam as suas instalações", revelou o número dois do partido islamita "Ennahdha", no poder, interrogando-se sobre a atitude desta central sindical.

Para o chefe do Governo, " o único perdedor nestes confrontos é o edifício democrático que o Executivo está a instaurar".

"Estas pessoas não querem a democracia, o seu objetivo é semear o caos e a destruição",
denunciou.

Ele anunciou a abertura de um inquérito que será liderado por "uma comissão independente" para determinar as responsabilidades "dos dois lados" nestes eventos, e enumerou uma longa lista de postos de segurança, sedes de delegações (sub-prefeituras), receitas das finanças, municipalidades e instalações do Ennahdha incendiados e pilhados.

Declarou-se determinou-se a combater "os comportamentos ilegais" que qualificou de "práticas despóticas e terroristas".

"Rejeitamos a violência, não nos vamos submeter ao facto consumado e vamos velar por aplicar a lei contra todos os excessos", frisou, acrescentando que "é nosso dever pedir contas a todos os que causaram estes dramas, sem excluir os que fizeram uma utilização abusiva da força", em alusão às forças da ordem.

Jebali lançou um apelo à calma e ao diálogo para buscar soluções aos problemas do desemprego e do desenvolvimento que se colocam em Siliana e em outras regiões pobres do país.

"Não temos uma varinha mágica para satisfazer todas as necessidades da população em 10 meses, mas continuamos abertos ao diálogo com todas as partes para trabalharmos juntos. É o único meio de lá chegar", prometeu.

Ele declarou ter decidido com o chefe da central sindical, Houcine Abassi, trabalhar para acalmar a situação e optar pelo diálogo com vista a solucionar os problemas sociais de "maneira pacífica".

-0- PANA BB/TBM/SOC/MAR/IZ 30nov2012