Agência Panafricana de Notícias

Candidato derrotado propõe transição sem Gbagbo e Ouattara

Abidjan, Côte d’Ivoire (PANA) – O presidente da plataforma da sociedade civil Alternativa para Salvar a Côte d’Ivoire (ASCI), Siméon Konan Kouadio, candidato derrotado na primeira volta do escrutínio presidencial de outubro de 2010, propõe como solução à crise pós-eleitoral o isolamento dos dois protagonistas, Alassane Ouattara e Laurent Gbagbo, soube a PANA junto da associação.

Numa declaração intitulada « Proposta de Saíde de Crise e de Salvaguarda do Processo de Paz na Côte d’Ivoire », enviada quarta-feira à PANA, o candidato derrotado sublinhou a necessidade duma alternativa.

« Uma alternativa impõe-se. No estado atual das coisas, exceto erro de discernimento da nossa parte, convém prever uma transição consensual para salvar o processo de saída de crise. Esta transição deverá ser presidida por uma personalidade neutra designada por um painel de chefes tradicionais e religiosos”, propôs.

Esta transição que propõe Konan Kouadio e que deverá ser dirigida por um colégio de chefes tradicionais e de líderes religiosos terá como objetivo normalizar a situação socioeconómica e política e relançar o processo eleitoral.

« Esta proposta, tão impopular que ela possa parecer hoje, permanecerá a única alternativa válida para fazer cair a tempestade nas nossas portas », assegurou.

A missão deste painel de chefes tradicionais e de líderes religiosos terá duas missões principais, designadamente « persuadir os Presidenes Gbagbo e Ouattara de se retirar momentaneamente e propor à comunidade nacional e internacional uma personalidade neutra para uma transição ».

Persuadido de que esta transição pode tirar a Côte d’ivoire da crise, Siméon Konan Kouadio convida os protagonistas da crise a aceitá-la « para salvar a nação duma situação irreversível e dramática para todos ».

O chefe de Estado cessante, Laurent Gbagbo, e o candidato da oposição, Alassane Ouattara, proclamaram-se Presidente após a segunda volta das presidenciais de 28 de novembro de 2010, murgulhando o país numa crise profunda marcada por uma insegurança crescente e pelo retardamento das atividades socioeconómicas.

-0- PANA GB/TBM/SOC/MAR/TON 17março2011