Agência Panafricana de Notícias

Campanhas contra consumo das drogas em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe- (PANA) - Uma campanha contra o consumo de drogas licitas acaba de ser lançada em São Tomé e Príncipe por uma investigadora luso-santomense, Isabel de Santiago, esta a promover, soube-se de fonte oficial em São Tomé.

A investigadora Isabel de Santiago está incentivar os jovens santomenses a cultivarem práticas saudáveis, como a prática do desporto e a proteção da natureza para prevenir o consumo das drogas.

Isabel de Santiago, falando aos escuteiros no centro da sé catedral, traçou um quadro negro sobre este flagelo que se observa em São Tomé e Príncipe.

Ela disse que existem casos notáveis, no centro da capital e nos arredores, de pessoas que logo pela manha acordam com copos de vinho da palma, entre outras bebidas, e, em alguns casos, muitos quais ficam em estado ébrio logo depois.

Autora de estudo sobre esta matéria, o primeiro na África lusófona, a investigaora entrevistou cerca de dois mil alunos santomenses através de um questionário e concluiu que a prevalência do consumo de drogas é elevado na população escolar, o que, a seu ver, constitui uma “ameaça à saúde pública”.

Esse mesmo diagnóstico revela que os consumos elevados são registados nos distritos de Agua Grande, o mais rico, em contraste com o de Lembá, o mais pobre.

Dos cerca de dois mil alunos entrevistados, avança o documento a que a PANA teve acesso, 58 porcento do sexo masculino consomem droga, 43 porcento das meninas consomem também bastante álcool.

Devido à vulnerabilidade da população estudantil e ao número elevado de crianças entregues pelos tribunais a “Casas dos Pequeninos”, com problemas de fora hepático devido o consumo de bebidas alcoólicas pelas suas progenitoras, a Luso-santomense disse que chegou a hora de virar o quadro” exigindo o envolvimento de todos.

A 24 de agosto de 2016, o estudo foi apresentado no centro de controlo e prevenção das doenças (CDC) Atlanta, nos Estados Unidos, o que valeu à autora uma menção honrosa.

A investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa-Portugal referiu que, através do estudo, as autoridades santomenses têm possibilidades de angariar fundos para poder investir na saúde publica.

Mencionou ainda a inexistência de meios para tratamento de alcoólatras no centro hospitalar de São Tomé, Ayres de Menezes,”.

A investigadora mostrou-se horrorizada com a produção artesanal de “cacharam”, uma bebida alcoólica destilada através da fermentação do suco de cana-de-açúcar mais açúcar e pilha alcalina.

Ela disse que as amostras da bebida foram enviadas para laboratórios de engenharia civil de Portugal a fim de se determinar a quantidade de metais pesados existentes na “cacharamba”.

O estudo sobre o consumo das drogas licitas e ilícitas levou anos para ser realizado e nele participaram vários investigadores portugueses.

O mesmo foi encomendado pelo governo santomense no âmbito de um acordo rubricado entre a autora e i décimo quinto governo, liderado por Gabriel Costa .

-0- PANA RMG/DD 03junho2017