Agência Panafricana de Notícias

Cabo-verdianos com “comportamentos assertivos” na luta contra covid-19, diz estudo

Praia, Cabo Verde (PANA) - Um estudo sobre conhecimentos, atitudes e práticas sobre a covid-19, divulgado sexta-feira, na cidade da Praia, pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), comprovou que mais de 90 por cento dos Cabo-verdianos mudaram suas rotinas e têm tido “comportamentos assertivos” em relação à doença.

Intitulado “Conhecimentos, atitudes e práticas sobre a covid-19 (CAP)”, o estudo demonstra mudanças diárias na rotina do trabalho (teletrabalho) e em cuidados de higiene como lavar as mãos, evitar contacto com a boca e nariz e higienização da casa e objetos pessoais.

Os inquiridos relataram ainda mudanças nas relações sociais e familiares (não receber visitas, estar mais com a família), aumento na procura de informação sobre a covid-19 e outros conhecimentos e uma certa dose de stress e ansiedade devido ao isolamento para evitar os efeitos da pandemia.

Os dados mostram que 96,49 por cento dos inquiridos não frequentaram festas, funerais ou locais lotados, e 93,19 por cento confirmaram mudanças de rotinas diárias, devido à covid-19.

“A população que recebeu a maior parte da informação sobre as medidas de prevenção e de controlo foi através da comunicação social, através da televisão sobretudo (69,78%).

"A população acredita que Cabo Verde vai conseguir controlar a epidemia, acredita nas medidas que estão a ser implementadas pelos profissionais de saúde e pelo Governo de Cabo Verde e têm adotado posturas adequadas para a prevenção da doença”, disse a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, na apresentação do estudo.

Por outro lado, o estudo, que foi realizado de 05 a 12 de abril deste ano, mostra que o comportamento menos assertivo diz respeito ao uso de máscaras, sendo que apenas 13,63 por cento dos inquiridos tinha declarado que utilizava essa indumentária ao sair de casa.

Uma situação justificada com a informação que era passada, na altura, tanto da parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) como das autoridades sanitárias do país, de que o uso de máscaras não era essencial.

“Na altura não havia obrigatoriedade de uso de máscaras. Estávamos confinados, mas o nível de conhecimento é muito elevado e isso deu-nos um certo conforto”, disse a presidente do INSP.

Segundo Maria da Luz Lima, o estudo visou analisar os Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP) em relação à prevenção e controlo da covid-19, na população residentes em Cabo Verde, como forma de subsidiar as estratégias de comunicação de riscos e envolvimento comunitário.

De âmbito nacional, o estudo foi realizado através das redes sociais Facebook, Viber, Whatsap e Twiter a uma amostras de 1.996 pessoas, na sua maioria do sexo feminino e com idades compreendidas entre 25 e 44 anos.

Maria da Luz Lima adiantou que um segundo estudo vai ser realizado, agora com recolha de dados no terreno, para ver como é que está a ser o comportamento dos Cabo-verdianos agora, no período de desconfinamento e retoma das atividades que estavam interditas, durante o tempo em que o Estado de Emergência esteve em vigor país.

Cabo Verde registou o seu primeiro caso positivo de covid-19, a 19 de março deste ano.

Três meses depois, completados sexta-feira, o país  contabiliza um total acumulado de 848 casos e sete óbitos. Entretanto, 388 infetadoss foram dados como recuperados, pelo que, neste mo memento, Cabo Verde tem 451 casos ativos da covid-19 e em isolamento hospitalar.

-0-22 PANA CS/IZ 21junho2020