Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regozija-se com eleição de Papa Francisco

Praia, Cabo Verde (PANA) – O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, saudou "com regozijo, humildade e responsabilidade" a eleição do novo papa, Francisco, desejando que as relações entre Cabo Verde e o Vaticano possam consolidar-se em breve com a assinatura da Concordata, soube-se de fontes oficiais quinta-feira na cidade da Praia.

Numa mensagem por ocasião da eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, o chefe do Governo cabo-verdiano sublinha que "tal como em todo o mundo, nestas ilhas atlânticas, onde se firmou a Igreja Católica mais ancestral do continente africano, os cabo-verdianos acompanharam com ansiedade o Conclave do Vaticano e reagiram com alegria ao fumo branco que emanou da chaminé da Capela Sistina, anunciando o novo ocupante do Ministério Pedrino".

José Maria Neves manifestou igualmente o desejo de estabelecer parcerias "cada vez mais fortes e consolidadas" entre Cabo Verde o Vaticano na base da Concordata, documento que já está pronto e que não foi assinado devido à renúncia do Papa Bento XVI, a quem ele aproveitou para saudar.

O primeiro-ministro cabo-verdiano recordou também que falou com o Papa Emérito, em 2010, sobre os desafios da Igreja, de África e da Humanidade e do futuro das relações entre Cabo Verde e a Santa Sé.

Por seu lado, o bispo da Diocese de Santiago, D. Arlindo Furtado, disse que a eleição de Jorge Bergoglio como o primeiro Papa fora da Europa "é um bom sinal de que o Catolicismo está a crescer muito em outras latitudes e expressão da universalidade da Igreja".

"A Igreja não é exclusivamente da Europa. A Igreja é mundial, global e universal, pelo que a eleição de Francisco vem precisamente confirmar, isto é, será uma ajuda para que o mundo perceba isto. A Europa não é o centro do Mundo. O centro do Mundo é a pessoa, aberto ao
Deus e com o espírito aberto à fraternidade", afirmou.

D. Arlindo Furtado, que está à frente da maior comunidade católica de Cabo Verde, considerou também "interessante" a escolha do nome que o novo Papa fez, se se considerar que São Francisco "foi um homem pobre, simples e que muito trabalhou para aproximar a concretização da paz entre as religiões".

O bispo de Santiago diz-se convicto de que o Papa Francisco procurará todas as formas e os apoios necessários para “ajudar a Igreja Católica a refletir, a caminhar pelo caminho de Jesus Cristo e a conduzir os povos para Ele”.

D. Arlindo Furtado disse estar esperançado de que o Papa Francisco ajude a Igreja e o mundo a continuar o trabalho que Bento XVI vinha fazendo, com vista a pôr cobro à possibilidade de tensão entre as religiões, sobretudo por causa do radicalismo.

"É um Papa jesuíta, com certeza com uma grande formação intelectual, quer a nível de teologia, como da filosofia e em outras áreas”, disse o prelado cabo-verdiano, sublinhando o fato de o novo Papa ser jesuíta é garantia de ele tem “uma sólida formação humana e com certeza vai dar-lhe a capacidade de continuar o intensíssimo trabalho que o Papa deve ter na sequência dos outros anteriores, mormente Bento XVI".

-0- PANA CS/TON 14março2013