Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regista máximo histórico de entrada de turistas

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde registou, em 2019, o máximo histórico de visitantes com um total de 819 mil 308 turistas, um acréscimo de 7,0 por cento face a 2018, revelou quarta-feira O Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com os dados do INE, o arquipélago recebeu 765 mil 696 turistas, em 2018

Só no quarto trimestre do ano findo, os estabelecimentos hoteleiros do arquipélago acolheram cerca de 224 mil hóspedes, mais 5,7 por cento do que no período homólogo do ano anterior.

As dormidas cresceram 3,7 por cento, atingindo um total de um milhão 362 mil e 50, no mesmo período, traduzindo-se numa variação positiva de 3,3 por cento, em relação ao quarto trimestre de 2018.

O Reino Unido foi o principal país de proveniência de turistas, e foram igualmente, os viajantes desse país que permaneceram mais tempo em Cabo Verde, com uma estadia média de 8,1 noites.

Os dados mostram ainda que Sal foi a ilha mais procurada pelos turistas, representando cerca de 45,5 por cento das entradas nos estabelecimentos hoteleiros, seguida da ilha da Boa Vista, com 29,4 por cento e Santiago com 11,7 por cento.

A meta do Governo é de alcançar um milhão de turistas por ano.

Esta semana, a agência de ‘rating’ Standard & Poor’s (S&P) advertiu que a principal ameaça ao crescimento sustentado da economia de Cabo Verde é exógena, e está relacionada com o abrandamento ou redução do número de turistas.

“Se a proibição de voos decretada a 27 de fevereiro for estendida por um período significativamente mais longo [que as três semanas previstas], ou se o Covid-19 chegar às ilhas, isto irá provavelmente ter um impacto negativo significativo na economia de Cabo Verde, para além do que antecipamos no nosso cenário base”, lê-se numa nota.

Também o presidente da Associação das Agências de Viagens e Turismo cabo-verdiano (AAVTCV) reconheceu que o Governo “esteve bem” ao suspender os voos para Itália por causa do coronavírus, mas afirmou que isso abala as contas das empresas ligadas ao setor.

“Enquanto se mantiver esse pico da propagação do Covid-19 pelo Mundo, as agências de viagens viverão momentos de indefinição em relação ao futuro.

"Ainda no caso de Cabo Verde, a restrição dos voos de e para Itália acaba por abalar, naturalmente, a dinâmica e as contas das empresas ligadas ao turismo e às viagens”, sublinhou o líder associativo.

Mário Sanches referiu que se registavam sete voos semanais na rota Itália/Cabo Verde, que é um dos maiores mercados emissores de turistas para destinos como Sal e Boa Vista, onde há alguns hotéis  que trabalham maioritariamente com turistas provenientes desse país europeu.

“Esperemos e torçamos para que brevemente a situação possa ser controlada e o mais importante é que o país seja capaz de evitar casos da doença ou, no máximo, de que ela se venha a alastrar como estamos a ver em outras paragens”, prosseguiu.

Quanto à eventualidade de alargamento dessa restrição a esse país e a outros possíveis destinos, o presidente da AAVTCV disse que isso exige “uma reflexão profunda e aturada” da evolução da doença a nível global e deverá envolver todas as entidades do setor do turismo e não só.

“Aliás, é a própria OMS a alertar e a desencorajar medidas de restrição de viagens, afirmando que as restrições à circulação de pessoas e bens durante uma emergência de saúde pública internacional podem ser ineficazes, perturbar a distribuição de ajuda e ter efeitos negativos na economia dos países atingidos”, contextualizou.

Sublinhou que o novo coronavírus já é um problema de dimensão planetária, em que os últimos dados apontam para pelo menos 46 países com casos já confirmados da doença e alguns com números alarmantes.

E muitos desses países com o qual Cabo Verde tem relações diretas, sobretudo ao nível do turismo que é a principal atividade económica do país, uma vez que já contribui com 46 por cento do PIB de Cabo Verde.

-0- PANA CS/IZ 05março2020