Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regista fraco intercâmbio comercial com Estados Unidos

Praia- Cabo Verde (PANA) -- As trocas comerciais entre Cabo Verde e os Estados Unidos ainda são "muito limitadas", representando menos de 1 porcento do total, apesar de este país abrigar uma das maiores comunidades de emigrantes cabo-verdianos, apurou a PANA quarta-feira de fonte oficial.
De acordo com a ministra cabo-verdiana da Economia, Crescimento e Competitividade, Fátima Fialho, esta realidade persiste apesar de o programa norte-americano AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidades para África) já existir e estar disponível no país há alguns anos.
A ministra Fialho falava na abertura dum seminário intitulado "AGOA - Road to Export", organizado pelo Governo de Cabo Verde, em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos no arquipélago.
O objectivo desta iniciativa é dar a conhecer aos empresários nacionais as oportunidades que o programa AGOA, que data de 2000, oferece às exportações cabo-verdianas.
Fátima Fialho lembrou que, apesar do seu lançamento em 2000, Cabo Verde só beneficiou do programa em 2005 "e de uma forma muito reduzida" devido aos "constrangimentos da nossa economia".
"A intenção do Governo agora é redinamizar o sector das exportações e tentar aproveitar esta oportunidade", indicou revelando que se encontra já a funcionar no país um centro para apoiar os operadores nacionais na entrada no mercado norte-americano.
Segundo a ministra, trata-se dum centro de informações e aconselhamento, uma vez que uma das grandes dificuldades das exportações, nomeadamente para os Estados Unidos, é a falta de conhecimento dos empresários sobre "os requisitos de entrada nos mercados de destino dos nossos produtos".
Presente na abertura do seminário, a embaixadora americana em Cabo Verde, Marianne Myles, destacou a importância do AGOA na facilitação do acesso ao mercado norte-americano em condições preferenciais.
"A isenção de taxas aduaneiras e a abolição das restrições quantitativas dos produtos de Cabo Verde passam a ter o mesmo tratamento que os bens produzidos nos Estados Unidos ou, pelo menos, mais favorável que os bens de países terceiros", precisou.
Marianne Myles chamou a atenção para o facto de que é preciso ter em consideração que o facto de um país reunir os requisitos de elegibilidade não constitui por si só condição suficiente para beneficiar do AGOA.
"São necessárias outras medidas, como a criação de um sistema de certificação na origem e o reforço de procedimentos para se evitar o tráfico ilícito e o uso de falsificação de dados", lembrou.
O programa AGOA foi aprovado pelos Estados Unidos a 18 de Maio de 2000 como parte da Lei do Comércio e Desenvolvimento.
Visa possibilitar a entrada isenta de taxas alfandegárias no mercado norte-americano de produtos designados provenientes de países africanos, que se encontrem em fase de implementação de uma economia de mercado livre e de reformas políticas democráticas.