Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde reconhece necessidade de investir na melhoria da qualidade do turismo

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde tem necessidade de fazer fortes investimentos para melhorar a qualidade do turismo, um setor que já é a principal atividade económica no país, declarou sexta-feira a ministra cabo-verdiana do Turismo, Investimento e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes.

Falando, na ilha do Sal, durante a cerimónia de abertura dum fórum sobre a reforma do setor do turismo, um evento realizado com a parceria do Banco Mundial, a Leonesa Fortes reconheceu, na ocasião, que, depois da colocação de Cabo Verde no “mapa turístico”, o desafio da qualidade do setor no país insere em si mesmo “várias batalhas” a serem vencidas.

Entre esta batalhas, a governante mencionou o serviço prestado por vários intervenientes na cadeia de valor do turismo cabo-verdiano, de modo a que este setor seja visto por toda a população cabo-verdiana como uma atividade vital para o desenvolvimento sustentável do país e que, por isso, deve ser acarinhado por todos.

Nomeada segunda-feira última pelo primeiro-ministro José Maria Neves, a ministra defendeu, igualmente, a necessidade de se “alargar o turismo e respetivos benefícios” a todo o território nacional, fazendo justiça ao slogan “Um país dez destinos”, a fim de se tirar proveito da diversidade e singularidade das ilhas com vista a um turismo “verdadeiramente inclusivo”.

Leonesa Fortes garantiu ainda que o Governo se comprometeu a juntar-se aos operadores privados para vencer as batalhas da nova etapa do crescimento do turismo em Cabo Verde.

“No momento em que estamos a pensar em Cabo Verde a longo prazo, visando a configuração da agenda de transformação até 2030, está sobre a mesa o desafio de juntos estruturarmos um projeto turístico nacional capaz de aproveitar as oportunidades que nos oferecem e fazermos do país um dos grandes destinos turísticos do mundo”, salientou.

O fórum sobre a reforma do setor do turismo em Cabo Verde realiza-se numa altura em que o Governo está a trabalhar um documento estratégico e orientador para 2014-2024, com o apoio da Organização Mundial do Turismo (OMT).

O fórum vai procurar refletir sobre “a eficácia e eficiência da implementação de políticas” em nove áreas de intervenção de política, designadamente o marketing e relações públicas, a recolha de estatísticas/análise de mercado, o desenvolvimento de produtos e eventos, a coordenação do setor/construção de parcerias, a capacitação/melhoria da qualidade, o licenciamento e os “standards” (normas), as políticas e o planeamento, a promoção de investimento e o desenvolvimento de infraestruturas.

Durante o encontro será apresentado um estudo, elaborado pelo Banco Mundial sobre “O desenvolvimento do Turismo em Cabo Verde: terá chegado o momento de abandonar o modelo all-inclusive”.

Os consensos e eixos de intervenção decorrentes da discussão sobre os temas serão incorporados na concepção da reforma do turismo em Cabo Verde, diz um documento da Direção-Geral do Turismo, organizadora do evento.

“O setor do turismo cresce a um ritmo assinalável tendo já ultrapassado a faixa dos 500.000 turistas por ano”, revela a fonte, sublinhando que “Cabo Verde tornou-se num destino no top das preferências graças às apostas de grandes marcas internacionais”.

No entanto, o Governo reconhece que, apesar do trabalho já realizado, “persistem alguns constrangimentos, a nível de políticas, infraestruturas, serviços de transportes, saneamento, energia, entre outros”.

Por isso, o Governo considera que “este debate corresponde a um momento de análise sobre o caminho percorrido por Cabo Verde nos últimos anos e a emergência de novas ideias e soluções para fazer face aos novos desafios”.

-0- PANA CS/DD 29set2014