Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde quer erradicar paludismo até 2020

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde procedeu à revisão do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo de modo a consolidar o seu plano estratégico para, até 2020, erradicar a doença no arquipélago, soube a PANA quinta-feira na cidade da Praia de fonte oficial.

Para o efeito, as autoridades sanitárias cabo-verdianas irão contar com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), com base num memorando assinado quinta-feira na capital cabo-verdiana.

O diretor cabo-verdiano da Saúde, António Pedro Delgado, explicou que a revisão do programa teve como finalidade avaliar o seu progresso e desempenho geral, identificar as principais realizações e obstáculos para “alcançar o sucesso futuro”.

“Essa revisão não altera muita coisa, mas o plano estratégico 2014-2016 visará consolidar as estratégias do plano de pré-eliminação da doença que termina em 2013, sendo que isso passa pela assunção das causas do paludismo que tem a ver com o desenvolvimento do vetor do mosquito”, precisou.

A outra componente da luta, acrescentou, está relacionada com o seguimento dos casos que entram no país vindo de países endémicos e que são “elementos importantes da contaminação”.

Por sua vez, o representante interino da OMS em Cabo Verde, Ambrósio Disadidi, considera que o arquipélago pode ser um exemplo em África pela estratégia que tem adotado na luta contra o paludismo.

Ambrósio Disadini, que falava aos jornalistas após assinar o memorando saído da revisão do Programa Nacional de Luta Contra Paludismo, disse que “o exemplo de Cabo Verde poderá ser copiado para os demais países africanos”.

O representante da OMS considera também que a eliminação do paludismo em Cabo Verde não passa necessariamente pela eliminação da doença nos países vizinhos, porque nem todos têm “o mesmo ambiente”.

Ambrósio Disadini explicou que o fator que “favorece” Cabo Verde nessa luta é por ser formado por ilhas e não ter fronteiras terrestres com outros países.

“Mesmo assim, recebe pessoas de outros países onde há caso de paludismo. Por isso, é preciso que haja uma vigilância epidemiológica forte e que haja sensibilização da população na luta antivetorial”, frisou.

O reforço dos recursos humanos e da capacidade institucional, a par da vigilância epidemiológica, são algumas das medidas apontadas pela revisão do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo apresentado esta quarta-feira.

Em Cabo Verde. o paludismo não constitui um grande problema de saúde pública, já que são registados poucos casos da doença, sobretudo autótones, já que a maioria dos identificados é importada.

De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, em 2012 foram registados 36 casos de paludismo, sendo 35 importados e 1 autótone, incluindo 1 óbito.

Em relação ao corrente ano, 6 casos já foram identificados, com 5 provenientes de Angola, país que possui duas ligações áreas semanais com o arquipélago, e 1 da Guiné-Bissau.

Apesar do cenário satisfatório em relação ao índice de casos da doença, as autoridades cabo-verdianas estão atentas e desenvolvem ações, sobretudo sensibilizando as pessoas para contribuírem na prevenção da doença provocada pela picada de mosquitos.

-0- PANA CS/TON 28ago2013