Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde promove marcha contra mutilação genital feminina

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (6 de fevereiro) vai ser assinalado, sábado, na capital cabo-verdiana por uma marcha organizada pela Presidência da República e pela ONU Mulheres, no âmbito da campanha “He For She” (“Eles Por Elas”), apurou a PANA, quinta-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.

De acordo com a organização, a marcha, de denominada “Passeata He/For/She”, vai ser seguida duma tividade social com a participação de todos os defensores da igualdade do género entre homens e mulheres.

A anteceder à passeata, os participantes serão contemplados com uma demonstração de corfebol, referenciado como o desporto mais equitativo do mundo.

As atividades alusivas ao Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital terminam com mensagens de boas-vindas da coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardsons, e do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente Jorge Carlos Fonseca é um dos dez chefes de Estados convidados pela diretora executiva da ONU Mulheres para ser o rosto da “He For She”, uma campanha mundial que visa promover a consciencialização e o envolvimento de homens e rapazes na causa pela igualdade do género, contra as discriminações e a violência praticada contra as meninas e as mulheres.

O chefe de Estado cabo-verdiano foi destacado pelas Nações Unidas, em novembro último, por ter cumprido o compromisso assumido em mobilizar cinco mil subscrições para a campanha, uma meta que foi alcançaa em meados desse mêe que foi considerada uma performance de destaque na África e no mundo.

Em Cabo Verde, a problemática da mutilação genital, nomeadamente a feminina, é quase desconhecida, uma vez que nunca fez parte da cultura do país.

O presidente da Plataforma da Comunidades Africanas, Tony Parker, de nacionalidade ganense, apesar de reconhecer que não tem conhecimento dessa prática em Cabo Verde, não descarta, no entanto, a possibilidade de as crianças filhas de imigrantes estarem a ser levadas para os seus países de origem para se proceder à mutilação e depois voltarem ao arquipélago.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, milhões de mulheres e raparigas em todo o mundo são submetidas à prática brutal da mutilação genital feminina e muitas outras correm o risco de sofrer a mesma prática.

O Dia Internacional da Tolerância Zero contra a Mutilação Genital Feminina é uma jornada de sensibilização a nível mundial e uma boa ocasião para reafirmar o compromisso no sentido de erradicar esta prática extremamente lesiva que viola o direito das raparigas e das mulheres à integridade física e mental.

-0- PANA CS/TON 04evereiro2016