Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde privilegia vacinação de 10 mil funcionários de turismo, diz Governo

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo prevê vacinar, no primeiro trimestre de 2021, cerca de 10 mil funcionários ligados ao setor do turismo,  de modo proteger turistas que visitarem o país, apurou a PANA de fonte segura.

O anúncio foi feiro terça-feira, pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia.

Durante um encontro com empresários na principal ilha turística do arquipélago, o governante garantiu que, enquanto a vacina não chega ao país, o importante é fazer um "bom combate" à pandemia, com todas as medidas implementadas.

"Mas, como sabemos, este quadro não depende apenas de Cabo Verde, mas da evolução internacional, e os últimos dados têm sido de elevada preocupação", afirmou o ministro.

Presente neste encontro, o presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário, manifestou a sua preocupação com a questão da segurança sanitária no país.

Asseverou que os problemas a este nível são anteriores à pandemia da covid-19.

“Preocupa-nos a questão da confiança sanitária. A covid-19 só colocou acuidade no problema. Mas os problemas de segurança sanitária e, sobretudo, para o turismo, existem, são muitos, e não se circunscrevem apenas à covid”, reiterou.

Antigo primeiro-ministro de Cabo Verde, o empresário assegurou que a Câmara do Turismo, enquanto parceiro social, “sempre esteve e continuará disponível” para dialogar com o Governo nesta e noutras matérias.

“Nesta reflexão, a questão das emergências sanitárias e da confiança sanitária é um tema da maior importância”, referiu, acautelando que, enquanto não se estabelecer a confiança sanitária, mais concretamente na ilha do Sal, que inclui “necessariamente” a vacina, não “vai haver turismo.”.

“Dentro de pouco tempo, a Europa, que é o nosso centro emissor, estará vacinada. Uma vez a Europa vacinada, vão exigir que o país de destino responda à vacinação, e vão exigir que o transporte exija também a vacina”, prognosticou.

Indicou que, quando isto acontecer, se o país não tiver a população vacinada, não vai ter turismo nem a população vai conseguir viajar de Cabo Verde.

“Para nós, é uma prioridade, é quase emergencial dizer que temos que vacinar a nossa população”, advertiu, acolhendo com satisfação a informação do vice-primeiro-ministro de que se está a preparar um plano de vacinação, a ser executado num “curto espaço de tempo.”

Na semana passada, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que estão a ser "criadas as condições" para se introduzir a vacina contra a covid-19 no arquipélago, para grupos prioritários, durante o primeiro trimestre, e que o financiamento para a sua aquisição está garantido.

No entanto, no início do ano, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, admitiu não poder comprometer-se com datas para o início da vacinação contra a covid-19 no arquipélago, embora garanta que "o problema não é falta de financiamento."

"É um processo. Não posso honestamente dizer que, no primeiro trimestre, já teremos a vacina. Eu gosto de falar quando temos esta certeza. Não temos esta certeza", afirmou.

De acordo com Arlindo do Rosário, Cabo Verde conta ter acesso a uma vacina contra a covid-19 através da plataforma Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde e pela Aliança para as Vacinas, que deverá garantir doses para  grupos de maior risco, aproximadamente 20 por cento da população do arquipélago.

-0- PANA CS/DD 19jan2021