Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde precisa de 3,17 milhões de euros para erradicar paludismo

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde precisa de 350 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 3,18 milhões de euros) para eliminar o paludismo no arquipélago, nos próximos quatro anos, apurou a PANA, quinta-feira, na cidade da Praia, de fonte sanitária.

Este dado foi revelado pelo coordenador do Programa Nacional de Luta Contra o Paludismo (PNLCP), António Moreira, antes da abertura do ateliê “Diálogo de Parceiros para o Combate e Eliminação” dessa doença.

Precisou que Cabo Verde registou, de janeiro até ao início de outubro, 28 casos de paludismo, sendo 17 importados e 11 autóctones, registados sobretudo na ilha de Santiago e em bairros da capital cabo-verdiana com maiores problemas de saneamento básico.

Este responsável sanitário disse que, apesar do arquipélago continuar a registar casos, é possível Cabo Verde erradicar o paludismo até 2020, tendo em conta que a definição para atingir tal objetivo é ter um caso por mil habitantes e o país, com pouco mais de 50 mil habitantes, tem registado uma média de 30 casos por ano.

No entanto, ele frisou que, para isso, é preciso também o engajamento de parceiros nacionais, internacionais e sobretudo da sociedade civil.

António Moreira precisou que, após o país conseguir eliminar o paludismo, o que se prevê que venha a acontecer já em 2017, as autoridades sanitárias cabo-verdianas vão continuar a trabalhar no controlo e na gestão de casos importados, tendo em conta que Cabo Verde faz parte da região africana e o país vai continuar a receber imigrantes das zonas endémicas.

Neste sentido, o ateliê “Diálogo de Parceiros para o Combate e Eliminação”, decorre durante dois dias na Cidade da Praia, para discutir e apresentar subsídios para a finalização do Plano Estratégico de Paludismo, avaliação do programa e a apresentação do Relatório de Revisão de Performance do Programa de Paludismo.

Segundo este responsável a aprovação do Plano Estratégico do Paludismo vai permitir criar todas as condições para controlar a proliferação do mosquito e fazer um melhor seguimento de casos, sobretudo dos importados.

António Moreira explicou que essas condições estão relacionadas com a gestão do ambiente, pelo que se prevê trabalhos e estudos específicos nos bairros identificados como forma de melhorar e requalificar o meio ambiente.

O coordenador do PNLCP apontou como exemplo o bairro de Fontom, na cidade da Praia, um dos mais propícios para a proliferação de mosquitos e em que também uma boa parte da população é formada por imigrantes oriundos da costa ocidental africana.

-0- PANA CS/IZ 03out2014