Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde poupa 12 milhões de euros com parques eólicos

Praia- Cabo Verde (PANA) -- O projeto de construção de quatro parques eólicos em tantas ilhas de Cabo Verde vai permitir ao país fazer uma poupança anual de cerca de 12 milhões de euros gastos na importação de cerca de 20 mil toneladas de combustível por ano, soube a PANA quinta-feira de fonte oficial na Praia.
Este projecto, orçado em 65 milhões de euros, será implementado pela Cabeólica, uma empresa que resultou de uma parceria público-privada entre o Governo, a Empresa Cabo- verdiana de Electricidade e Águas (Electra) e a empresa portuguesa InfraCo.
No seu conjunto, os quatros parques eólicos terão uma potência instalada de 28 MW, dos quais 10 MW em Santiago, 8 MW no Sal, 6 MW em São Vicente e 4 MW na Boa Vista.
Segundo o presidente da Cabeólica, Fábio Borba, a poupança com a redução da importação de produtos derivados do petróleo permitirá desenvolver novas fontes de energia doméstica e reduzir a dependência energética de Cabo Verde do exterior.
"Nesta primeira fase vamos aproveitar só o vento", esclarece o gestor, recordando que Cabo Verde tem uma posição privilegiada neste domínio por ter os melhores regimes de vento do mundo.
"Com este projeto, o país desponta numa posição de liderança na região", avança Fábio Borba, recordando que o projeto de parques eólicos é o primeiro na África Subsaariana na modalidade de parceria público-privada no setor das energias renováveis.
Com a sua implementação, Cabo Verde passará a ocupar uma posição de destaque e de liderança regional neste domínio, garantiu.
O projeto vai permitir ao arquipélago ter uma taxa de penetração de energias renováveis de origem eólica de, aproximadamente, 25 porcento, o que irá contribuir, significativamente, para a redução da dependência do país relativamente aos produtos petrolíferos.
Uma fonte do Ministério do Turismo, Indústria e Energia recorda que, nos últimos 10 anos, os consumos de eletricidade e de combustível líquido têm crescido em Cabo Verde a um ritmo acelerado o que agrava progressivamente a dependência externa e aumenta, desfavoravelmente, a exposição da economia face à elevada volatilidade dos preços internacionais do petróleo.