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Cabo Verde oferece prédio para construção da sede do CECRRE

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde procedeu à entrega formal de um prédio rústico para a instalação do Centro de Energias Renováveis e Eficiência Renováveis da CEDEAO (CECRRE), instituição que tem a sua sede na capital cabo-verdiana, apurou a PANA na cidade da Praia, de fonte oficial.

A ministra cabo-verdiana do Turismo, Investimento e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, que representou o Governo na cerimónia, testemunhada pelo comissário da CEDEAO para Energias e Minas, Morlaye Bangoura, sublinhou que se tratou de um ato “cheio de significado”, visto representar um “passo importante” num processo que vem sendo desenvolvido desde 2010.

Leonesa Fortes destacou a importância que Cabo Verde atribui à instalação do Centro de Energias Renováveis e Eficiência Renováveis da CEDEAO (CECRRE) no país, o qual objetiva criar condições institucionais para o seu aprofundamento e desenvolvimento, tendo em conta a experiência que o arquipélago já adquiriu no desenvolvimento da energias renováveis.

“A instalação do CECREE foi abraçado por todos os países integrantes da CEDEAO no claro entendimento de que o desenvolvimento socioeconómico dos nossos países tem um pilar fundamental que passa pelas energias”, disse.

Segundo Leonesa Fortes, para conseguir garantir o acesso de energia às populações, estão sendo criadas as condições institucionais, com a experiência que o país possui no “percurso meritório” a esse nível e que garante ao arquipélago uma penetração a volta de 30% de energias renováveis.

Este percurso já realizado por Cabo Verde, sustentou Leonesa Fortes, levou o país a ser apontado como um exemplo na matéria, tendo sido em função desse reconhecimento que se fez a escolha da cidade da Praia para a instalação do Secretariado do CECREEC.

Ela recordou que para permitir a atividade do centro, outros passos foram dados em Cabo Verde, sendo um deles a entrada em funcionamento do Centro das Energias Renováveis da Manutenção Industrial (CERMI), cujo objetivo é trabalhar em parceria com a ECREE para atingir os objetivos preconizados nesta matéria.

Tudo isso, indicou, porque pretende-se que o ECREE seja um centro de referência internacional e vocacionado para o mercado da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), oferecendo condições formativas de auditória, certificação, fiscalização, monotorização e investigação capazes de responder aos desafios tecnológicos que o arquipélago e os países oeste-africanos enfrentam na área da energia.

Na ocasião, o comissário da CEDEAO para Energias e Minas, Morlaye Bangoura, regozijou-se com o gesto do Governo e parabenizou Cabo Verde por ser “um exemplo” na promoção de energias renováveis a nível da comunidade, facto que, sublinhou, fez com que a escolha para sediar o CECRRE recaísse sobre Cabo Verde.

A entrega formal de um prédio rústico para construção da sede ao CECREE acontece no quadro das “excelentes relações de cooperação e pertença” entre o Estado de Cabo Verde e a Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental.

O respetivo protocolo de concessão foi assinado por Morlaye Bangoura e pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Maria de Jesus Miranda.

O secretariado do CEREEC foi criado em novembro de 2009 pela Comissão da CEDEAO, com o apoio da Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e da assistência técnica da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

O Centro é uma Agência especializada da CEDEAO que atua como um órgão autónomo, mas que opera dentro do quadro jurídico, administrativo e financeiro das normas e regulamentos da CEDEAO.

O objetivo principal do CEREEC é apoiar o desenvolvimento e a operacionalização das energias renováveis e eficiência energética nos mercados regionais da África Ocidental, apoiando diversas atividades para atenuar as barreiras existentes.

As atividades do CEREEC incluem a política de desenvolvimento e garantia da qualidade, a capacitação, projeção e o uso de mecanismos de financiamento adequados e instrumentos de avaliação, a sensibilização e a implementação de projetos-pilotos com um potencial multiplicativo à escala regional.

-0- PANA CS/IZ 11jan2015