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Cabo Verde introduz na iluminação pública lâmpadas que poupam mais de 55% de energia

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde iniciou um programa de introdução das lâmpadas LED na iluminação pública, o que faz com que o consumo da energia neste setor tenha uma redução superior a 55 porcento, apurou a PANA, quinta-feira, de fonte autorizada.

O LED é um diodo emissor de luz (ou Light Emitting Diode), que além de possuir um tamanho bem reduzido em relação às demais lâmpadas, possui uma taxa de luminosidade realmente boa.

Em uma lâmpada incandescente comum, menos de 10 porcento da energia que passa por ela é transformada em luz, enquanto os outros 90 porcento de eletricidade são perdidos na forma de calor.

As lâmpadas de LED são muito mais eficientes do que as comuns pois produzem a mesma quantidade de luz, utilizando bem menos energia, além de que a geração de calor durante esse processo é praticamente nula, o que ajuda na economia energética.

Outra grande vantagem das lâmpadas de LED é que elas são muito mais resistentes do que as incandescentes e fluorescentes.

Segundo o ministro cabo-verdiano da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, o programa de substituição dos candeeiros de iluminação pública a vapor de mercúrio e sódio para o sistema LED, que começou já a ser implementado na capital do país, vai estender-se a nível nacional.

O governante falava na cerimónia de abertura da Conferência Internacional sobre Energias Renováveis, promovido pelo Executivo cabo-verdiano no quadro do Programa de Apoio ao Setor de Energias Renováveis, financiado pela Cooperação Luxemburguesa.

Ele revelou que a aposta do seu Governo vai no sentido de se conseguir o máximo de penetração possível das energias renováveis e que, no horizonte 2030, se possa atingir uma média nacional superior a 50 porcento.

Neste sentido, durante dois dias, especialistas nacionais e estrangeiros vão partilhar as suas experiências de projetos bem sucedidos na área das energias renováveis implementados nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

“Esta conferência permite-nos aprofundar conhecimentos sobre os mecanismos de financiamento climáticos existentes”, disse Alexandre Monteiro à imprensa, frisando que este evento acontece num “bom momento”, uma vez que o Governo "acaba de apresentar o plano diretor para o setor elétrico 2018-2040".

Na ocasião, ele adiantou aos jornalistas que o novo Código da Rede Elétrica (CRE) deverá ficar concluído antes do final do ano.

Instado a apontar as novidades do CRE, ele afirmou que este diploma vai permitir uma “melhor gestão da rede”, o que, por sua vez, vai contribuir para uma “melhor eficiência na distribuição da energia”.

Para o titular da pasta da Energia, Cabo Verde está a fazer uma “aposta clara” nas energias renováveis e daí a importância de que se reveste esta conferência internacional da Praia.

Ainda no que tange ao desenvolvimento das energias renováveis, indicou que se encontra em fase avançada de negociação o licenciamento de um novo parque solar de 10 MW (megawatts), em Calheta de S. Miguel, interior da ilha de Santiago.

De acordo com o ministro, foi publicado nesta semana o anúncio para a manifestação de interesse com vista ao desenvolvimento de um novo parque eólico de 10 MW em Santiago e que, antes do fim do ano, o Governo conta publicar o anúncio referente ao parque solar de 5MW, na ilha da Boa Vista.

No início de 2019, prosseguiu o governante, começar-se-á a trabalhar na “reorganização do mercado de energia elétrica”, assim como a proposta e o plano de ação para a mobilidade elétrica.

“Em relação à mobilidade elétrica, o objetivo é fomentar o desenvolvimento de um parque de veículos elétricos que substituiria gradualmente o parque atual de veículos até atingir, em 2050, a sua substituição integral”, precisou Alexandre Monteiro.

-0- PANA CS/IZ 23nov2018