Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde exorta UA a reforçar prevenção de catástrofes naturais

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde exortou quinta-feira a União Africana (UA) a trabalhar para levar os países africanos a reforçar a cooperação entre eles para enfrentarem conjuntamente os efeitos das catástrofes naturais que têm afetado o continente, soube a PANA de fonte oficial.

O ministro cabo-verdiano do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Antero Veiga, lançou este apelo na cidade da Praia no ato de abertura da reunião dos peritos para a preparação da 3ª Conferência Ministerial Africana sobre Meteorologia (ANCOMET) prevista entre 13 e 14 de fevereiro corrente na capital cabo-verdiana.

Antero Veiga desafiou a UA a adotar uma estratégia integrada de prestação de serviços do tempo e do clima em África, através da congregação de esforços de todos os países-membros.

“É nosso entendimento que devemos aprofundar e diversificar vias e meios para uma cooperação mais intensa em apoio aos Estados-membros nos seus esforços de responder, de forma tecnicamente consistente, aos principais desafios relacionados com a prestação de serviços na área do tempo e do clima em todo o continente africano”, sublinhou.

Ele considerou que a ANCOMET foi instituída em “muita boa hora” como forma de integrar e alargar as redes do saber, do conhecimento e de políticas públicas, para que as futuras gerações possam também usufruir de uma forma sustentável do que o planeta oferece.

“A 3ª Conferência Ministerial Africana sobre Meteorologia demonstra a atitude dos dirigentes, responsáveis, técnicos e cidadãos dos nossos países na procura de soluções comuns e as mais adequadas para garantir a sustentabilidade dos nossos territórios, perseguindo as vias do conhecimento, de partilha e de ação integrada diante de fenómenos que não respeitam fronteiras e muito menos convenções”, afirmou.

Segundo o governante cabo-verdiano que tutela o setor do ambiente, “existem muitas situações que decorrem do tempo e do clima que com o sistema de alerta mais apurado, os países podem mitigar os efeitos de muitas catástrofes que têm assolado o continente africano e não só, para além de algumas vezes faltar a adequada interação e articulação entre serviços transfronteiriços”.

Antero Veiga realçou o facto de a reunião da capital cabo-verdiana servir também para discutir questões relacionadas com o Centro Internacional de Investigação Climática e Aplicações e África (CICLAA) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que terá a sua sede em Cabo Verde.

O ministro cabo-verdiano do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território anunciou que o CICLAA vai servir também os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e talvez de todo o continente africano, o que, segundo ele, irá permitir “maximizar sinergias para os objetivos da estratégia integrada da AMCOMET, na linha da necessária integração, partilha de sinergias entre os Estados-membros”.

Durante a 3ª AMCOMET, Cabo Verde vai assumir a presidência da organização até 2017, tendo o Governo cabo-verdiano já anunciado que irá apostar na criação de um plano de ação que visa a implementação e melhoria de projetos específicos para os países insulares no continente.

A AMCOMET, uma iniciativa conjunta da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) e da Comissão da União Africana, foi estabelecida em abril de 2010, quando os ministros africanos responsáveis pela área de Meteorologia se reuniram no Quénia para adotar a Declaração Ministerial de Nairobi e traçar programas de cooperação e de desenvolvimento nas diversas áreas de interesse comum.

-0- PANA CS/TON 12fevereiro2015