Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde entre 10 países com maior dívida pública

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde foi classificado no 9º lugar entre 10 países no mundo com as maiores dívidas públicas, que representa este ano 173 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, segundo a revista americana de economia e negócios “Forbes”.

Em segundo lugar foi classificado o Japão, a terceira maior do mundo, enquanto os Estados Unidos da América fecha este top 10, onde figuram também o Líbano, Portugal, Granada, Itália e Irlanda no grupo de países cujas dívidas ultrapassam a totalidade do PIB.

Instando a comentar esta classificação, o primeiro-ministro cabo-verdiano desvalorizou-a, alegando desconhecer se ela analisou a natureza da dívida pública cabo-verdiana.

José Maria Neves contrapôs que Cabo Verde está também no top 10 dos países mais reformadores do "Doing Business" do Banco Mundial, no top 5 da boa governação e no primeiro lugar de países mais estáveis do continente africano.

"São rankings e devemos avaliá-los todos", realçou o primeiro-ministro, acrescentando que o Governo está a trabalhar de forma "muito consciente" a questão da dívida pública que, segundo as projeções contidas no Orçamento do Estado (OE) para 2014, vai subir de 92 % para 98 % do Produto Interno Bruto.

Segundo ele, a dívida cabo-verdiana é sustentável e o Governo está a investir no futuro ao contrair empréstimos investidos sobretudo na infraestruturação do país.

"Este endividamento de Cabo Verde é um investimento no futuro", sublinhou que, sem ele, não haveria portos, aeroportos, estradas, barragens, bacias hidrográficas ou energia elétrica.

José Maria Neves afirmou que várias instituições, como o Banco Mundial (BM), Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), têm reconhecido que o país tem capacidade para pagar a dívida, que na sua maior parte é concessional, ou seja, empréstimos com baixa taxa de juro e longo prazo de pagamento.

"Os que aconselham a opção por uma política de austeridade não estão a querer beneficiar o crescimento e o desenvolvimento do arquipélago", argumentou o primeiro-ministro cabo-verdiano.

-0- PANA CS/TON 15nov2013