Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde enfrenta maior surto de paludismo em quase 30 anos

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde registou 167 casos de paludismo, o maior número em quase 30 anos, segundo dados disponibilizados, segunda-feira, pelo diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP) de Cabo Verde, António Moreira.

Segundo a evolução de que há registo, disponibilizada no site do Ministério da Saúde, o maior número até ao momento registado, entre casos autóctones e importados de paludismo, foi 140 em 2000 contra 125 casos em 1995.

Esta ano, a cidade da Praia, a capital e principal centro urbano do arquipélago, regista a maioria dos casos, com um total de 153 locais e três importados.

O máximo de registo foi de 102, dos quais 95 locais e sete importados, em todo o ano de 2001.

Os números referentes ao atual surto apontam ilha de São Vicente como a mais afetada, com seis casos, todos importados, e com o registo de uma morte, relacionada com um cidadão de nacionalidade estrangeira que chegou doente à ilha.

Há ainda o registo de mais três casos na ilha do Sal e dois em Santo Antão, todos também importados.

Na sequência de um reunião convocada segunda-feira e presidida pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, o ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, avançou que o Governo, em parceria com todas as instituições com responsabilidade na matéria, vão intensificar as campanhas para tentarem eliminar viveiros e focos de mosquitos, já identificados.

O governante salientou que as atividades terão maior incidência na cidade da Praia, com a realização de ações no terreno, para eliminar águas estagnadas e todas as situações propiciadoras para o desenvolvimento dos mosquitos.

Arlindo do Rosário pediu o envolvimento de várias estruturas do país e da sociedade civil para combater a doença que já causou o internamento de 24 pessoas no Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia.

Entretanto, o responsável governamental pela pasata da saúde que é também médico de profissão, garantiu que Cabo Verde tem um “serviço de vigilância que funciona” e que permite diagnosticar “atempadamente as situações” e um seguimento e acompanhamento dos casos, com internamento preventivo durante algum tempo para evitar aumento do parasita no sangue.

Ele salientou que, apesar do aumento exponencial de casos de paludismo, desde meados de julho último, a incidência da doença em Cabo Verde é de 0,25 por mil habitantes, o que significa que “Cabo Verde continua a ser um país em fase de pré-eliminação do paludismo”.

No entanto, ele reconheceu que, em Cabo Verde, como em todos os países onde existe o vetor, em determinado momento pode haver surtos epidémicos, “o que tem de ser diagnosticado e combatido”.

-0- PANA CS/DD 05set2017