Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde e Estados Unidos analisam cooperação bilateral

Praia, Cabo Verde (PANA) – Os Estados Unidos e Cabo Verde estão a preparar um diálogo bilateral, virtual, em março próximo, sobre como implementar muitos dos objetivos em comum e novas áreas de cooperação.

O encontro foi anunciado quarta-feira pelo porta-voz da Embaixada americana, na Cidade da Praia, LaSean Knox-Brown, em declarações à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress).

O diplomata falava na sequência de um primeiro contacto, via telefone, entre o novo secretário de Estado americano, Antony J. Blinken, e o ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Rui Figueiredo Soares.

O porta-voz da representação diplomática norte-americana precisou que o diálogo bilateral visa “a promoção das áreas prioritárias compartilhadas, com vista a expandir as relações comerciais e fortalecer a parceria na área de segurança”.

LaSean Knox-Brown informou que, após este primeiro contacto telefónico entre os chefes de diplomacia dos dois países,  a Embaixada dos Estados Unidos irá preparar-se para este diálogo bilateral, previsto para próximo mês.

“Os principais objetivos da Embaixada americana na Praia é ajudar a aumentar o crescimento económico e a propriedade, em Cabo Verde, e apoiar no crescimento das relações militares bilaterais”, sublinhou.

No que se refere à expansão das relações económicas, ele disse que a Embaixada está a trabalhar em vários projetos, incluindo o “aumento exponencial” do ensino da língua inglesa, pois, a seu ver, o aprendizado deste idioma  “é fundamental” para uma participação no mercado global.

Neste sentido, avançou que a sua Missão Diplomática pretende criar o primeiro Programa de Micro Cursos de Acesso ao Inglês, em Cabo Verde, no Instituto de Língua Inglesa do Sal, sob a direção de Salazar Amaru.

Este programa, explicou, irá inicialmente ensinar 40 alunos por ano, mas a ideia é alargá-lo até 150 alunos/ano.

“Esta é apenas uma das muitas formas de promovermos o crescimento económico aqui, em Cabo Verde”, disse LaSean Knox-Brown, assegurando que os dois países irão também  discutir outros mecanismos através do diálogo bilateral virtual.

Sobre a relação militar, o porta-voz indicou que o secretário Blinken felicitou Cabo Verde pela sua seleção para o Programa de Parceria com o Estado da Guarda Nacional americana, manifestando ainda interesse em trabalhar com o Governo cabo-verdiano para criar “oportunidades de investimentos” para empresas norte-americanas no arquipélago.

Na terça-feira, 23, o secretário de Estado Anthony Blinken disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa de Cabo Verde que os Estados Unidos querem fortalecer as relações entre os dois países, incluindo em questões de segurança.

Foi o primeiro contacto direto entre o novo secretário de Estado e um dos países de língua oficial portuguesa, em África.

Um porta-voz do Departamento de Estado americano itou Blinken a afirmar que “os Estados Unidos estão orgulhosos de ser um amigo de Cabo Verde, que é um modelo de governação democrática e de direitos humanos, em África”.

Os dois diplomaatas “discutiram sobre o nosso planeado diálogo bilateral para fazer avançar prioridades comuns, expandir relações comerciais e fortalecer a nossa parceria de segurança”, disse o porta-voz.

Acrescentou que o secretário de Estado “congratulou Cabo Verde pela sua escolha do Programa de Parceria Estatal da Guarda Nacional dos Estados Unidos”.

Blinken “expressou também interesse em levar à atenção de companhias americanas oportunidades de investimento”, acrescentou o porta-voz.

Na cidade da Praia, foi anunciado que Cabo Verde vai realizar várias ações para reforçar as capacidades das instituições de justiça criminal em combater o crime organizado, num projeto apresentado segunda-feira, 22, e financiado pelos Estados Unidos em cerca de um milhão de dólares.

O projeto vai dar enfoque às mulheres, crianças e pessoas mais vulneráveis e pretende reforçar as respostas da justiça penal, em Cabo Verde, para uma “luta eficaz” contra o tráfico ilícito e a criminalidade organizada.

No final espera-se que as instituições da justiça criminal tenham capacidade melhorada para investigar, processar e julgar casos de tráficos ilícitos e crime organizado, bem como capacidade nacional reforçada para analisar, investigar e acusar crimes de lavagem de capitais, criminalidade financeira e os ativos da criminalidade.

-0- PANA CS/IZ 25fev2021