Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde desmente utilizar pesticidas perigosos proibidos pela FAO

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde utiliza apenas pesticidas que fazem parte do Código Internacional de Conduta adotado pelos países membros da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Esta informação foi dada quinta-feira à agência cabo-verdiana de noticiais (Inforpress) pela diretora-geral da Agricultura de Cabo Verde, Carla Tavares, em reação a alegações resultantes de um produto, designado Monocrotofo, encontrado recentemente na merenda de uma escola na cidade indiana de Bilhar e que provocou a morte de 23 alunos.

Carla Tavares recordou que Cabo Verde utiliza mais produtos biológicos inofensivos para o homem e o ambiente e que a lista dos pesticidas utilizados no país está em “constante revisão” com base em produtos menos tóxicos possíveis.

“A nossa lista respeita todas as recomendações das normas de segurança a nível internacional”, disse a responsável, assinalando que Cabo Verde é signatário de todos os tratados internacionais, inclusive, os relativos aos produtos perigosos.

Carla Tavares lembrou no âmbito do Acordo de Estocolmo (assinado a 21 de maio na Suécia) e na sequência do qual foi elaborado um plano nacional para a implementação dessa Convenção.

Foram feitos vários estudos para conhecer a situação no país sobre a utilização dos pesticidas, estudos que vieram comprovar que no arquipélago cabo-verdiano não são utilizados produtos considerados perigosos como pesticidas, disse.

Em Cabo Verde, afirmou a diretora-geral da Agricultura, faz-se uma boa gestão dos pesticidas utilizados pelos agricultores, pelo que produtos como Monocrotofos não existem e nem fazem parte da lista dos pesticidas no arquipélago.

Na sequência da morte de 23 estudantes por intoxicação, numa cantina da Índia, a FAO exigiu a eliminação dos pesticidas perigosos nos países em desenvolvimento.

"O monocrotofo é um inseticida organofosforado considerado particularmente perigoso pela FAO e pela Organização Mundial de Saúde (OMS)", alertou a FAO lamentando que tais substâncias sejam ainda distribuídas, nomeadamente, aos pequenos agricultores, quando "põem muitas vezes em risco a saúde pública e o ambiente".

Vários Governos, como a Austrália, a China, a União Europeia e os Estados Unidos, já decidiram proibir este produto, tal como vários países de África, Ásia e América Latina, lembrou a FAO.

Ela recomenda aos Governos dos países em desenvolvimento para retirarem o mais depressa possível os pesticidas muito perigosos do mercado", sublinhando que existem "substitutos não químicos e menos tóxicos".

"O código de conduta internacional sobre a gestão dos pesticidas, adotados pelos Estados-membros da FAO, estabelece normas voluntárias para todos os organismos públicos e privados que se ocupam da gestão dos mesmos", frisou.

Este código estipula que cabe aos Governos "proibirem a importação, distribuição, venda e compra de pesticidas muito perigosos, se for definido com base na avaliação dos riscos.

"As medidas de redução dos riscos ou de boas práticas comerciais são insuficientes para garantir uma manipulação do produto em toda a segurança", considera a FAO.

-0- PANA CS/DD 02ago2013