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Cabo Verde cria sociedade para gerir parques eólicos

Praia- Cabo Verde (PANA) -- O Governo de Cabo Verde acaba de criar uma sociedade para gerir os quatro parques eólicos que vão ser instalados nas ilhas de Santiago, Sal, São Vicente e Boa Vista, apurou a PANA sábado, na cidade da Praia de fonte ligada a este projecto.
Com a constituição da sociedade, denominada "CaboEólica", ficam criadas as condições institucionais para que, no próximo ano, se inicie o projecto dos parques eólicos nas quatro ilhas abrangidas.
A CaboEólica conta com a participação da empresa cabo-verdiana de electricidade e águas (Electra) e do InfraCo, fundo de capitais públicos de cinco países europeus.
Este último foi criado por iniciativa do Private Infraestructure Development Group (PIDG) para exercer a sua actividade no sector privado e desenvolver projectos de infraestruturas na África Subsariana e no Sudeste Asiático.
Para além deste grupo de quatro parques eólicos, estão em curso no arquipélago outros projectos de utilização das energias renováveis como a central solar fotovoltaica, concebida através da linha de crédito de 200 milhões de euros atribuída por Portugal para o desenvolvimento de projectos nessa área em território cabo-verdiano.
Para além disso, existem outros projectos de iniciativa privada, já em execução, como o parque eólico e a mini-hídrica e solar foltovoltaica em Tarrafal de Monte Trigo, ambos na ilha de Santo Antão.
O Governo de Cabo Verde espera que, caso se vierem a concretizar todos os projectos com as potências projectadas, o arquipélago passará a contar, até 2011, com cerca de 25 a 30 por cento de taxa de penetração das energias renováveis.
A utilização de fontes de energias alternativas, nomeadamente o vento e o sol, irá dar um contributo muito importante para a resolução do problema energético no arquipélago, uma vez que vai permitir diminuir a dependência de Cabo Verde em relação ao petróleo.
Fontes ligadas ao sector energético calculam que cada megawatt de potência instalada de energia renovável irá significar uma poupança anual de 45 milhões de escudos (cerca de 408 mil euros).
Esta situação vai também permitir uma redução significativa em termos de consumo de petróleo, de divisas assim como o equilíbrio da balança de pagamento do país.
A tudo isso, deve-se acrescentar ainda os ganhos que o ambiente em Cabo Verde irá ter graças à utilização de fontes de energias não poluentes, indicam as mesmas fontes.