Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde cria Comité Nacional de Emigração e Desenvolvimento

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde anunciou a criação do Comité Nacional de Emigração e Desenvolvimento (CONED), um órgão que tem como missão congregar todas as iniciativas voltadas para a diáspora cabo-verdiana no estrangeiro, soube a PANA na cidade da Praia de fonte oficial.

Segundo a ministra cabo-verdiana das Comunidades, Fernanda Fernandes, a intenção do Governo com a criação do CONED é trabalhar de forma articulada sobre dossiês que dizem respeito aos emigrantes cabo-verdianos, em particular a sua participação, em termos práticos, no desenvolvimento do país.

“Fala-se muito da participação dos emigrantes no processo de desenvolvimento de Cabo Verde e, em termos práticos, sente-se alguns problemas”, disse a governante, salientado que esta proposta da criação do Comité vai no sentido de envolver todos os outros setores num trabalho conjunto para que a participação dos Cabo-verdianos no exterior no desenvolvimento do país seja mais efetiva.

Neste sentido, é também objetivo do CONED envolver as associações dos cabo-verdianos na diáspora, bem como a participação de vários ministérios, instituições, Organizações não Governamentais, parlamentares e municípios na causa da emigração.

Para Fernanda Fernandes, a diáspora é um “grande potencial” que Cabo Verde tem, não só a nível financeiro, mas também é uma parte da nação cabo-verdiana com capacidade de conhecimento que pode ser utilizado no desenvolvimento do arquipélago.

Para o efeito, o Governo cabo-verdiano pretende também por de pé um Plano Estratégico Nacional de Emigração e Desenvolvimento, com vista a colmatar as falhas resultantes dos trabalhos nesta área feitos de forma dispersa.

No entender de Fernanda Fernandes, faz todo o sentido que Cabo Verde, enquanto país com maior parte da sua população na diáspora, tenha um Plano Nacional Estratégico Nacional de Emigração e Desenvolvimento, à semelhança do que já acontece com a Imigração, ou seja os cidadãos estrangeiros que vivem no arquipélago.

Embora não existam dados fiáveis sobre o número de cabo-verdianos e seus descendentes que vivem foram do arquipélago, calcula-se que ele seja muito superior aos que habitam em nove das dez ilhas do arquipélago e que, de acordo com as estatísticas mais recente, se cifram em 505 mil e 848 indivíduos.

Cabo Verde é o país do continente africano que, em proporção com a sua população, mais remessas de emigrantes recebeu nos últimos anos.

Em 2011, as remessas enviadas por emigrantes cabo-verdianos ascenderam 246 euros per capita, representando oito porcento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 9,4 porcento em 2010.

Contudo, a crise que afeta a Europa e os Estados Unidos da América, regiões do mundo onde vive a maior parte dos Cabo-verdianos da diáspora, fez com que as remessas de emigrantes em bens e em divisas tenham diminuído 23,1% em termos homólogos no quarto trimestre do ano passado.

Segundo dados do Banco de Cabo Verde (BCV) as remessam passaram de 3.893,66 de escudos (cerca de 35,4 milhões de euros) no quarto trimestre de 2011 para 2.995,2 milhões de escudos (cerca de 27,3 milhões de euros) no final de 2012.

-0- PANA CS/TON 31maio2013