Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde consegue eliminação da transmissão mãe/filho do VIH

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde  receberá, no primeiro semestre de 2021, um certificado de eliminação da transmissão mãe/filho do VIH/Sida, por fazer já parte dos países que já conseguiram alcançar este objetivo, apurou a PANA, terça-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.    

Em declarações à agência cabo-verdiana de noticias (Inforpress), a secretaria executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCS/Sida), Celina Ferreira, informou que todas as crianças filhos de pais com a doença, no arquipélago cabo-verdiano, nascem livres do virus.

Considerou este feito como “um grande ganho”, sublinhando que Cabo Verde está a trabalhar para garantir, em 2030, a eliminação do VIH/Sida na população em geral, no âmbito da agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável.

Falando da evolução da doença no país, no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a Sida, Celina Ferreira revelou que, no país, são diagnosticados, anualmente, uma média de 300 novos casos de VIH.

Acrescentou que uma média de 16 mil fazem testes através de estratégias fixa e móvel e que mais de dois mil 600 PVVIH (pessoas portadoras do vírus) beneficiam de um seguimento regular por parte dos serviços de saúde, dos quais duas 600 estão em fila ativa de tratamento antirretroviral.

Os dados do recenseamento sobre a saúde reprodutiva indicam que 100 por cento das grávidas seropositivas têm acesso ao tratamento antirretroviral, o que permite que o país esteja na meta de eliminação, almejando a certificação de eliminação do VIH de mãe/filho.

“O programa ‘Diagnosticar/Tratar’ foi um grande ganho e vamos mantê-lo, pois, com isso começamos a incluir as pessoas diagnosticadas, precocemente, no tratamento”, asseverou.

Sublinhou por outro lado que presentemente pessoas que vivem com VIH possuem condições de esperança de vida normal, como a das outras pessoas sãs, desde que cuidem da sua saúde.

Celina Ferreira adiantou que, para o efeito, a CCS/Sida continuou o programa, mesmo na situação da pandemia da covid-19.

“No início da pandemia tivemos algumas dificuldades, mas após termos adotado o guia prático, sobre o que uma pessoa que vive com VIH deve saber sobre a covid-19, mostramos às pessoas como procederem e que regras de segurança seguirem, trabalhando as vertentes prevenção, despistagem e apoio psicossocial”, acrescentou.

Em Cabo Verde, a prevalência do VIH na população em geral é fraca e ronda os 0,6 por cento, sendo a mulher a mais infetada com 0,7 por cento.

Em termos de prevalência, a secretária executiva da CCS/Sida afirmou que a concentração do HIV nas populações-chave, constituídas por pessoas com deficiência, usuários de drogas, trabalhadores do sexo, homens que fazem sexo com homens, é duas a seis vezes mais do que na população em geral.

No país, existem duas mil 600 pessoas em tratamento, sendo que, destas, 85 são crianças.

As ilhas com maior número de pessoas em tratamento são Santiago, São Vicente, Sal e Boa Vista.

-0- PANA CS/DD 01dez2020