Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde chefia missão da CEDEAO em eleições na Guiné-Bissau

Praia, Cabo Verde (PANA) – O ex-Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, lidera uma missão de observação da Comunidade Económica Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO) nas eleições legislativas na Guiné-Bissau marcadas 04 de junho próximo, apurou a PANA segunda-feira de fonte segura.

Em declarações à imprensa, Jorge Carlos Fonseca disse ter recebido um convite para tal do presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, devendo permanecer em Bissau de 31 de maio a 09 de junho próximo, um período que abrange a parte final da campanha eleitoral, o dia do escrutínio e os dias posteriores às eleições e divulgação dos resultados.

A seu ver, esta vai ser a mais ampla e representativa das missões de observação presentes na Guiné-Bissau, nomeadamente dezenas de observadores de outras instituições e organizações internacionais.

“Eu irei chefiar a missão que terá um número vasto de observadores de várias categorias. Haverá membros das comissões eleitorais dos países da CEDEAO, membros do Tribunal da Justiça da CEDEAO, deputados dos parlamentos dos países da CEDEAO, experts dos Ministério dos Negócios Estrangeiros, embaixadores da CEDEAO junto países membros e representantes de organizações da sociedade civil”, regozijou-se.

Jorge Carlos Fonseca indicou que uma delegação técnica da CEDEAO, incluindo membros cabo-verdianos, já está no terreno há algum tempo, nomeadamente para apoiar a comissão eleitoral local, mas igualmente para acompanhar todos os aspetos deste processo.

Apesar do contexto político reinante no país e do número considerável de forças concorrentes, afirmou  partir otimista para esta missão, tendo em conta a experiência adquirida recentemente nas eleições gerais de Angola (24 de agosto de 2022) em que chefiou a missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Se fosse pela primeira, eu podia estar mais preocupado ou ansioso. A experiência em Angola foi uma experiência muito interessante porque é um país enorme, com uma previsão de eleições muito disputadas politicamente como se provou”, garantiu.

“Portanto, vou com pensamento positivo. É de certa maneira aliciante fazer uma missão num país que é próximo de Cabo Verde, com quem temos relações históricas e culturais muito fortes. Vão ser eleições muito disputadas, já que são 22 forças concorrentes”, acrescentou.

Jorge Carlos Fonseca adiantou que, desde que aceitou o convite, tem acompanhado mais próximo as notícias vindas de Bissau, mantendo contactos permanentes com a estrutura da CEDEAO, recebendo informações e relatórios sobre a situação do dia-a-dia das campanhas eleitorais.

O ex-Presidente cabo-verdiano (2011-2021) conta ainda chegar a tempo para se reunir com partidos políticos, comissão eleitoral, órgãos judiciais com competências eleitorais e até assistir a comícios de alguns partidos concorrentes.

“Portanto, com tudo isso, eu parto com otimismo que haverá eleições concorridas, disputadas. Naturalmente haverá picardias, como é normal existir em eleições importantes. Eu conheço relativamente bem o contexto político, social e cultural em que se vão desenrolar as eleições na Guiné-Bissau”, vaticinou.

A campanha eleitoral para as legislativas de 04 de junho de 2023, na Guiné-Bissau, arrancou a 13 de maio, com 20 partidos políticos e duas coligações eleitorais a lutarem para conquistar os 102 lugares que compõem o Parlamento bissau-guineense.

-0- PANA CS/DD 30maio2023