Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde aumenta para 75 por cento cobertura de água nos últimos quatro anos, diz Governo

Praia, Cabo Verde (PANA) – O presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS) de Cabo Verde, Carlos Santos, revelou, quarta=feira, na cidade da Praia, que o país conseguiu, nos últimos quatro anos em que foi afetada por uma seca severa, aumentar a cobertura de água de 66 por cento para valores superiores a 75 por cento, apurou a PANA de fonte segura.

Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia de abertura do workshop de preparação para elaboração do Inquérito das Nações Unidas sobre a Análise e Avaliação Mundial de Saneamento e Água Potável (GLASS, sigla em inglês), realizado na cidade da Praia, Carlos Santos revelou que, no período em referencia, a cobertura, em termos do saneamento, passou de 38 por cento para valores muito próximos dos 45 por cento.

De acordo com este responsável, pretende-se, com a realização do inquérito, fazer à recolha dos dados e a sua compatibilização, a partir dos mesmos para que as instituições nacionais e internacionais possam ter dados coerentes e de base, que possam servir para a análise dos avanços obtidos na governação do setor da água e saneamento, fazer a avaliação da capacitação em termos de recursos humanos para a implementação dos projetos essenciais do desenvolvimento da água e do saneamento.

Questionado sobre o ponto de situação de Cabo Verde, em matéria de governação da água e do saneamento, o presidente da ANAS disse que, nos últimos quatro anos, o país foi afetado pela seca severa, que provocou uma redução gradativa nos últimos anos em termos da quantidade de água mobilizada no subsolo.

“Hoje, temos menos de 10 por cento, principalmente na ilha de Santiago, em termos de recursos subterrâneos da água que podemos mobilizar. O país tem ido gradativamente a soluções de dessalinização e temos estado preparados para, dentro daquilo que chamamos de governança da água, encontrar soluções inovadoras”, afirmou.

Carlos Santos indicou que os dados apontam que, de 2016, a esta parte, apesar de quatro anos de seca, foi possível garantir o aumento da cobertura da água e do saneamento, tendo realçado que, apesar das dificuldades, o país tem tido capacidade de encontrar soluções estruturantes para ultrapassar esta situação de crise.

Disse ainda que, para os próximos anos, os maiores desafios que o país tem têm que ver com a capacidade controlada de água nos maiores centros urbanos, o seu transporte e distribuição, salientando que, na cidade da Praia, a distribuição da água nos bairros periféricos será complementada.

“Para além de mobilizar mais água disponível, é importante que se consiga garantir que a água chegue à casa das pessoas através da dessalinização de água”, acrescentou.

Apontou, por outro lado, a necessidade de grandes investimentos para garantir a manutenção das máquinas utilizadas no processo de dessalinização de água em várias ilhas como um dos constrangimentos.

Frisou, neste sentido, que a questão da insularidade e a reposição das peças das máquinas, condicionam no cumprimento dos objetivos, nomeadamente, garantir a cobertura de água à população.

Por seu turno, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde, Daniel Kertesz, considerou a água e o saneamento como elementos cruciais para a saúde pública, isto porque, justificou, sem estes elementos é impossível ter-se uma população saudável.

Informou que o Sistema das Nações Unidas desenvolveu o instrumento GLASS para monitorizar o progresso dos países na implementação do desenvolvimento dos seus sistemas de água e saneamento.

Destacou que a participação de Cabo Verde, pela primeira vez, é uma “boa iniciativa” e que o país contará com o apoio da OMS para melhorar o seu sistema baseado no resultado do referido inquérito.

O programa Mundial das Nações Unidas de Água (UN-Water) para a Análise e Avaliação do Saneamento e da Água Potável pretende, através do GLASS 2021-2022, monitorizar o ambiente e contributos para o setor da água, saneamento e higiene (WASH) a nível regional e mundial.

O programa analisa também os fatores associados aos progressos para identificar os impulsos e os estrangulamentos, destacar as lacunas de conhecimento e avaliar os pontos fortes e os desafios dentro e entre países.

O levantamento GLASS do país solicita informações sobre o abastecimento de água potável e a prestação de serviço de saneamento, bem como sobre a situação das atividades voltadas à higienização das mãos.

As perguntas do inquérito estão relacionadas com a administração, o monitoramento, financiamento e os recursos humanos, e abordagem tópicos necessários ao monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

As informações compiladas neste levantamento serão apresentadas como parte dos resultados do GLASS 2022, da Organização das Nações Unidas (ONU) Água.

-0- PANA CS/DD 17março2022