Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde assegura controlo de transporte de armas no Atlântico

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde vai passar a assegurar o transporte das armas e munições que circulam nas águas do Atlântico em direção ao Golfo da Guiné, nos termos dum
contrato de concessão entre o Ministério da Defesa Nacional e uma empresa especializada neste domínio, soube-se de fontes oficais.

O Ministério da Defesa Nacional e a empresa Cape Verde Maritime Security Services, Lda (CVMSS), que vai operar para a segurança dos navios num mercado em que circulam várias armas e que precisa de controlo especial para evitar o seu negócio ilícito, assinaram o contrato terça-feira.

Para o diretor nacional da Defesa do arquipélago, o tenente-coronel Pedro Brito, trata-se de um contrato inédito em Cabo Verde e uma experiência nova para as autoridades, sobretudo as ligadas à segurança marítima, num momento em que a pirataria marítima tem estado a afetar o Golfo da Guiné, o que perturba a navegação no Atlântico, um dos oceanos por onde passa a maioria do comércio mundial.

No âmbito do acordo, a CVMSS, que está associada à empresa inglesa Sea Marsmal, vai também assessorar o Governo, gerir e acompanhar, com exclusividade, as atividades das demais empresas privadas de segurança marítima “off shore” que operam a partir de Cabo Verde.

Segundo Pedro Brito, o Governo cabo-verdiano está, doravante, melhor preparado para as operações marítimas com vista a garantir a segurança marítima na região atlântica e do país na luta contra a pirataria naval.

À luz deste contrato de concessão, a CVMSS vai disponibilizar uma embarcação à Guarda Costeira cabo-verdiana para assegurar o transporte de armas e munições nas águas do Atlântico em direção ao Golfo da Guiné.

Pedro Brito especificou que esta operação de segurança tem uma vertente comercial “muito forte”, uma vez que as empresas vão instalar-se em Cabo Verde e irão trazer também para o país os navios capacitados para receberem os equipamentos e as armas para que circulem com segurança quando atravessam o Golfo da Guiné ou para embarcar ou desembarcar no arquipélago as equipas e as armas.

O contrato, com a duração de um ano renovável, prevê, também, a formação de quadros cabo-verdianos, pelo que Pedro Brito disse esperar que Cabo Verde venha a ganhar com esta experiência, bem como a segurança mundial, particularmente da navegação na zona Atlântica.

O Porto do Mindelo, na ilha de cabo-verdiana de São Vicente, vai ser a base destas operações, que, segundo o contrato, permite abrir portas ao negócio para várias outras empresas e entidades nacionais, desde hotéis até o pessoal de abastecimento de mercadorias diversas, uma vez que a passagem dos navios vai obrigar a fluxos diferentes de comércio.

-0- PANA CS/TON 05dez2012