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Cabo Verde anuncia vencedores de Prémio Nacional de Jornalismo (P

Praia, Cabo Verde (PANA) – Os jornalistas Daniel Almeida, do jornal A Nação (Imprensa) e Cassandra Silva, da Record TV Cabo Verde (Televisão), são os vencedores do Prémio Nacional de Jornalismo (PNJ), anunciou domingo o júri do concurso, na cidade da Praia.

Ao anunciar os prémios, na data em que se assinala mais um Dia da Liberdade de Imprensa, o presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), que também é presidente do júri do concurso, criado em 2013 por resolução do Governo, esclareceu que este ano se decidiu  não atribuir o prémio na categoria Rádio, alegando falta de qualidade dos trabalhos submetidos a concurso.

Segundo Carlos Santos, participaram do concurso, que tem como objetivo galardoar ações dos profissionais, empresas ou órgãos de comunicação social, 26 jornalistas e duas empresas, representando um total de 40 trabalhos, entre reportagens, entrevistas e outros géneros constantes do regulamento do prémio.

Entre os concorrentes, 11 são da categoria Rádio, 14 da Televisão e 15 da Imprensa, entre as quais jornais impresso, ‘online’, e a agência de notícias, superando a participação registada em 2019.

O presidente do júri anunciou que, na categoria Imprensa, o prémio foi destinado à grande reportagem intitulada “Negócio de alto risco para Cabo Verde” de Daniel Almeida, publicada na edição n.º 616 de 20 de junho de 2019, da edição impressa do jornal “A Nação”.

De acordo com Carlos Santos, os elementos do júri fundamentaram a sua escolha no facto do referido ser um trabalho de “extrema importância”, ao abordar um tema que defende interesses nacionais, feito com base numa larga investigação.

“Na apreciação do trabalho, o júri destacou a pertinência e atualidade do tema que ainda hoje figura no topo das preocupações dos cidadãos cabo-verdianos”, disse Carlos Santos, explicando que a reportagem representa a problemática das ‘evacuações’ dos doentes, sobretudo das chamadas ilhas periféricas para as cidades da Praia ou do Mindelo, onde existem hospitais centrais.

Ainda a nível da imprensa escrita, o júri do PNJ decidiu atribuir uma menção honrosa à jornalista Gisela Coelho, também do jornal A Nação, que concorreu com o trabalho intitulado “Agrotóxicos: Cabo Verde sem controlo permanente de resíduos pesticidas”, bem como uma palavra de reconhecimento pelo esforço e dedicação demonstrados pela jovem jornalista Sheilla Ribeiro, do jornal Expresso das Ilhas.

“O júri apreciou, com satisfação, o trabalho de reportagem “Relacionamento com tios” submetido a concurso e estimula a referida jornalista a aprimorar e aprofundar a abordagem destes tipos de assuntos de cariz social”, disse Carlos Santos.

Na categoria da Televisão, a distinção foi para a reportagem “Homens do mar em busca da sobrevivência”, da jornalista Cassandra Silva, da Record TV Cabo Verde.

O júri considerou que a reportagem descreve o espetáculo e o perigo da pesca nos mares do arquipélago e, de forma particular, no “canal das tormentas de Alcatraz entre Fogo e Brava”.

“Trata-se de uma matéria original que combina as formas jornalísticas de entrevista, testemunho e depoimento de vários atores do mar. O trabalho é de facto interessante, dinâmico e corajoso, e sensibiliza o público à faina do mar, trazendo os riscos que os pescadores correm como forma de sobrevivência e também pelo grande amor que têm pelo mar”, descreveu Carlos Santos.

Na reportagem, ressalta o presidente do júri, a jornalista e o repórter de imagem aventuram-se no mar juntamente com pescadores, tornando a reportagem num documento audiovisual de grande impacto e tamanha beleza etnográfica e antropológica.

Ainda na categoria Televisão, o júri decidiu distinguir com atribuição de menção honrosa os trabalhos “Para além da folia”, da jornalista da TCV Filomena Alves, e “Abuso Sexual Infantil”, de Soraia de Deus, da empresa de comunicação ACI.

Já na categoria Rádio, com 11 trabalhos submetidos a concurso, Carlos Santos explicou que, não obstante considerar expressiva a participação dos jornalistas, o júri não conseguiu encontrar no conjunto dos trabalhos nenhum que se tivesse destacado na qualidade técnica, pela relevância, originalidade, criatividade e profundidade.

“Os membros do júri foram unânimes em considerar ainda que os “potenciais impactos” e/ou “repercussões no comportamento individual e na mobilização social”, não se vislumbram em nenhum dos trabalhos apresentados a concurso na categoria Rádio, quando se procede a uma análise comparada com as candidaturas nas restantes duas categorias, Televisão e Imprensa. Assim sendo, o júri decidiu, por unanimidade, não atribuir, na presente edição, o prémio à categoria Rádio”, adiantou.

Para além de Carlos Santos, que preside o júri do PNJ, integra ainda os jornalistas Marilene Pereira e João Almeida, o professor universitário Silva Lopes Évora e o sociólogo Nardi Sousa.

O prémio monetário de 500 mil escudos (cerca de 4 mil e 545 euros), disponibilizados pelo Governo, bem como os diplomas e as estatuetas do PNJ serão entregues numa cerimónia com data ainda incerta.

-0– PANA CS/DD 03maio2020