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Cabo Verde alarga isenção de vistos a Brasil, Canadá e Estados Unidos

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde alargou a isenção de vistos, atribuídos desde o início do ano em curso, a naturais de 36 países europeus,  aos cidadãos do Brasil, do Canadá e dos Estados Unidos, apurou a PANA sábado, na cidade da Praia, de fonte oficial.

Ao anunciar a medida tomada na reunião semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz do Executivo, explicou que se trata de mais uma iniciativa destinada a aumentar o número de turistas que visitam o arquipélago, que é de cerca de 750 mil anuais.

O alargamento da lista de países, cujos cidadãos deixaram de estar obrigados a um visto de curta duração para entrar em Cabo Verde, visa o aumento da competitividade no setor do turismo e duplicar o número de turistas que visitam o país, numa altura em que o arquipélago já  tem neste momento ligações aéreas, a partir da ilha do Sal, com os Estados Unidos e o Brasil e perspetiva ter também com o Canadá.

"O que estamos a fazer é permitir que haja espaço para o desenvolvimento do turismo de Cabo Verde com esses países, que são emissores de turistas, a promoção do ‘stopover', ou seja, permitir que, em trânsito, essas pessoas possam ficar alguns dias em Cabo Verde, e no caso concreto do Brasil, utilizam muito a ilha do Sal e Cabo Verde para o trânsito para a Europa", justificou o porta-voz do Conselho de Ministros.

Para o também ministro da presidência do Conselho de Ministros, além de atrair mais turistas, é uma forma de fazer com que o turismo no arquipélago esteja "sempre em alta", recebendo turistas em todas as épocas do ano.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde, de janeiro a setembro deste ano, primeiros nove meses da isenção de vistos a cidadãos europeus, os estabelecimentos hoteleiros do país registaram 595 mil hóspedes, mais 41 mil do que em igual período do ano passado, correspondendo a um aumento de 7,5 por cento.

A estratégia no domínio do turismo visa também  aumentar os negócios e o emprego, ter maior capacidade de investimentos no setor turístico e hoteleiro e permitir maior utilização da plataforma aérea da ilha do Sal, com aviões maiores, criando mercados.

"Tendo em conta aos resultados que temos tido com a isenção de vistos aos cidadãos da União Europeia e o Reino Unido, é uma medida extremamente importante e que irá permitir ao nosso país consolidar-se como um país em que o turismo é um setor importante, como um país de prestação de serviços na área do turismo e no transporte e permitir ao nosso país ter um turismo sempre em alta", prosseguiu Elísio Freire.

No entanto, como forma de  compensar a perda de receitas com a isenção de vistos, o Governo cabo-verdiano criou uma Taxa de Segurança Aeroportuária (TSA), que também entrou em vigor no dia 01 de janeiro de 2019.

A TSA é  paga por todos os cidadãos estrangeiros que desembarquem em Cabo Verde ou estejam em viagem entre as ilhas, e os cabo-verdianos, nas deslocações entre ilhas.

A taxa custa, nos voos nacionais, 150 escudos cabo-verdianos (cerca de 1,36 euros) a todos os passageiros (nacionais e estrangeiros), os quais são cobrados no momento da emissão dos bilhetes de passagem.

Para os voos internacionais, o valor da taxa é de 3.400 escudos cabo-verdianos (cerca de 30,86 euros) para os passageiros estrangeiros, cobrados através de uma plataforma online de pré-registo.

O Governo cabo-verdiano prevê arrecadar em 2020 perto de 19 milhões de euros com TSA, conforme documento de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para o próximo ano.

-0- PANA CS/IZ 22dez2019