Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde adota medidas para mitigar efeito da seca em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde está já a trabalhar em todos os cenários possíveis para mitigar os efeitos da seca dos últimos anos, apesar de ainda ser cedo para se determinar se o arquipélago vai enfrentar um mau ano agrícola, declarou o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.

Gilberto Silva, que falava aos jornalistas, neste último fim de semana, em São Domingos, interior de Santiago, afirmou que o Executivo cabo-verdiano tem trabalhado “muito fortemente” nas medidas de resiliência que têm a ver essencialmente com a mobilização da água.

Neste sentido ele, anunciou que se vai ter de arrancar com os trabalhos de dessalinização da água salobra, assim como da água do mar para serem utilizadas na agricultura.

Trata-se, conforme frisou, de todo um trabalho que vai demorar mais tempo, mas que vai trazer “maior preparação” ao país para enfrentar anos de seca, dentro de um contexto de mudanças climáticas.

Cabo Verde está a passar por uma das piores secas, nos últimos 40 anos.

Em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV), o ministro da Agricultura afirmou que a situação vigente “só é comparável às secas de 1947 e 1977, em que a situação foi muito complicada”.

“Em 1947, inclusive, houve fome e mortandade”, lembrou.

De acordo com os especialistas, Cabo Verde está na iminência de conhecer mais um ano de seca, o terceiro consecutivo, caso até princípios de setembro próximo não caiam chuvas gerais abundantes em todo o arquipélago.

Mesmo com este atraso na queda das chuvas, entre os camponeses, abordados pela imprensa local, reina alguma esperança de que nem tudo está ainda perdido se chover até à primeira semana do próximo mês, uma vez que, conforme lembram, já houve ano em que a chuva caiu só a partir de  setembro e o país registou um bom ano agrícola.

No entanto, diante da grave situação que se vive no meio rural devido aos dois anos consecutivos de seca, muitos camponeses dizem que estão a “rezar para que caiam chuvas abundantes no país”, para ajudar a resolver os problemas resultantes da falta de pastos para animais e água para a agricultura.

Segundo eles, muitos animais foram já abatidos, vendidos ao desbarato ou morreram de fome por falta de pastos.

Para os mais críticos, o Governo de Ulisses Correia e Silva devia ter já anunciado um plano de emergência para fazer face a mais um eventual mau ano agrícola, em vez de ficar a anunciar que está preparado para todos os cenários possíveis, caso se confirmar a ocorrência de mais um ano de seca em Cabo Verde.

-0- PANA CS/IZ 26ago2019