Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde acolhe reunião da Internacional Democrata do Centro

Praia, Cabo Verde (PANA) – A ilha cabo-verdiana do Sal acolhe, desde segunda-feira, uma reunião da Internacional Democrata do Centro (IDC), na presença de representantes de partidos políticos dessa família politica mundial, a que pertence o Movimento para a Democracia (MpD), no poder em Cabo Verde, constatou a PANA no local.

Neste encontro, realizado anualmente, mas pela primeira vez num país de África (Cabo Verde), estão também presentes convidados internacionais pertencentes às famílias políticas que partilham os valores e princípios da ideologia da democracia do centro.

Para além da discussão de temas políticos regionais, a agenda do encontro que encerra esta terça-feira contempla também uma conferência internacional sobre o terrorismo.

A este propósito, o presidente da IDC, o colombiano Andres Pastrana, revelou que a organização quer criar uma consciência entre os partidos de que o seu país é o maior produtor de cocaína, a nível mundial, enquanto os Estados Unidos são o maior consumidor.

Segundo ainda Andres Pastrana, a Europa é o mercado exportador de “boa parte” do produto, tomando África como caminho.

Acrescentou que, através de África, as drogas chegam à Espanha, e daí são distribuídas pela Europa, ameaçando o Mundo, e não apenas uma única região.

“Então, trata-se de um tema que nos afeta a todos, porque boa parte da nossa juventude termina consumindo, pelo que também os grupos terroristas terminam financiados”, alertou, pedindo que todos devem unir forças para combater um inimigo comum que se chama narcoterrorismo.

Também o presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, partilha a mesma preocupação, sublinhando que o arquipélago, como pequeno país situado no cruzamento entre a Europa, África e as Américas, tem "opções claras" de alianças e parcerias nesta matéria.

“Os nossos aliados para a segurança e a defesa tem sido a União Europeia e os Estados Unidos da América”, disse, precisando que Cabo Verde pretende desta forma potenciar a sua integração no espaço da Comunidade dos países da África Ocidental, onde Cabo Verde quer ter um papel útil.

“E pertencemos à CEDEAO precisamente para podermos também fazer esta integração na base das grandes preocupações que tocam África e o Mundo, nomeadamente, a problemática da segurança, do desenvolvimento sustentável e a problemática das migrações”.

Para o chefe do Governo cabo-verdiano, a localização de Cabo Verde, enquanto país, é um fator estratégico que se ambiciona valorizar.

“Queremos ser úteis na segurança cooperativa e preventiva, relativamente às ameaças que são reais. Quando falo de nós, estou a falar de Cabo Verde, dos países africanos, da África Ocidental (…)”, precisou.

“O nosso posicionamento é, essencialmente, de influenciação política, e temos partidos de diversos espetros de intervenção, desde partidos que estão na oposição a partidos que estão no governo, ex-Presidentes da República, primeiros-ministros”, esclareceu.

Este fato, concluiu, cria uma diversidade muito forte e faz com que esta grande família tenha cada vez mais peso político no Mundo.

-0- PANA CS/IZ 27nov2018