Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde abre inquérito para apurar saída de barco com clandestinos

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde anunciou a abertura de um inquérito sobre a saída de uma embarcação com 25 passageiros clandestinos que foram resgatados, a 19 de maio corrente, pelas autoridades brasileiras no litoral do Estado de Maranhão.

Em declarações à imprensa, o ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, confirmou que a embarcação saíu da ilha de São Vicente, pelo que o inquérito irá apurar em que condições isso aconteceu, as responsabilidades e saber como as autoridades devem trabalhar para que situações do género não voltem a acontecer.

Luís Filipe Tavares garantiu também que, de acordo com informações da Embaixada de Cabo Verde em Brasília, não havia Cabo-verdianos a bordo da embarcação, que transportava apenas cidadãos africanos provenientes da Serra Leoa, da Nigéria, da Guiné-Conakry e do Senegal.

“Estamos a averiguar todas as informações, porque é um trabalho de Polícia, mas as informações apontam no sentido de não haver Cabo-verdianos a bordo da embarcação que foi resgatada e que está sob custódia das autoridades brasileiras, nomeadamente da Polícia brasileira”, sustentou o chefe da diplomacia cabo-verdiana.

Segundo a imprensa brasileira, os 25 estrangeiros foram de barco de Cabo Verde para o Brasil, sendo um da Serra Leoa, dois da Nigéria, três da Guiné-Conakry e 19 do Senegal.

Em depoimento à Polícia Federal (PF) brasileira, os imigrantes disseram que o barco partiu de Cabo Verde entre os dias 16 e 17 de abril passado e que, após uma viagem de 35 dias pelo Oceano Atlântico, ficaram à deriva durante o percurso, tendo sido resgatados no Maranhão.

Os mesmos contaram que foram para o Brasil em busca de uma vida melhor devido à crise reinante nos seus países de origem.

A embarcação foi resgatada com auxílio de pescadores na noite de sábado, 19, próximo ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, capital do Maranhão.

O grupo dos 25 Africanos, que pagaram até 800 euros pela viagem para o Brasil, com promessa de emprego, está alojado no Ginásio Costa Rodrigues, no centro de São Luís.

Segundo o secretário brasileiro de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, os imigrantes devem depois passarem por procedimentos administrativos que definam a sua situação jurídica no país.

Além dos estrangeiros, dois Brasileiros que estavam no barco foram detidos e encaminhados para o centro de triagem do presídio de Pedrinhas de São Luís com suspeita de serem intermediários no processo.

-0- PANA CS/IZ 26maio2018