Agência Panafricana de Notícias

CUA defende promoção das indústrias culturais em África

Tripoli- Líbia (PANA) -- O chefe da Divisão Cultura e Desportos na Comissão da União Africana (CUA), Darafify Ralaivao, sublinhou a necessidade para África de se assumir em relação à formalização do sector da indústria cultural, em conformidade com as decisões de Cartum (Sudão) da UA relativas ao plano de acção para a promoção deste sector no continente africano.
Ralaivao fez estes pronunciamentos em entrevista à PANA, à margem da terceira reunião do Fórum das Organizações Regionais e Sub-Regionais Africanas para o Apoio à Cooperação (FOSRASUN) entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) e a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), realizada de 21 a 24 de Fevereiro corrente em Tripoli.
Ele indicou nessa ocasião que este plano de acção ratificado pela última reunião dos ministros africanos da Cultura em Argel (Argélia) será objecto brevemente dum atelier técnico para a sua divulgação a fim de ser aproveitado pelos países africanos.
O chefe da Divisão Cultura e Desportos na CUA lembrou que um projecto piloto baptizado "África Criativa" foi implementado na República Democrática do Congo (RDC) e na Nigéria.
Ele anunciou que peritos da cultura e da indústria cultural se mobilizam para lançar investigações sobre as filiais da indústria cultural e a maneira de as promover no continente africano.
O delegado da CUA a este encontro de Tripoli sublinhou também a importância destas decisões tomadas em Cartum na promoção das indústrias culturais visto que "a sociedade do conhecimento em que vivemos actualmente exige que África, conhecida pela sua diversidade cultural multicolor beneficie dos dividendos destas indústrias no mundo relativas ao cinema, à música e às artes palpáveis (escultura.
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) mas igualmente ao turismo cultural, sendo este último um dos domínios mais promovidos actualmente no mundo".
A nível das línguas, ele assinalou a existência dum grande programa de dimensão continental com a Academia Africana das Línguas que entrou na fase final com a designação dos seus estatutos e a contratação dos seus membros e conseguiu organizar cinco colóquios regionais para identificar as maiores línguas transfronteiriças em África a promover ou as línguas pouco difundidas para que elas não se percam.
No termo dos seus cinco encontros, um colóquio de síntese foi organizado em Fevereiro corrente em Addis Abeba durante o qual 50 línguas transfronteiriças foram identificadas das quais 12 serão promovidas a partir do ano 2009, informou.
No que diz respeito às decisões relativas às organizações e aos festivais panafricanos da cultura, Ralaivao frisou que vários esforços foram envidados a este propósito, nomeadamente a organização em Julho próximo na Argélia do segundo festival panafricano da cultura, 40 anos após o primeiro festival de 1969 organizado no contexto da libertação de África, que servirá de trampolim para a promoção dos valores culturais e também da identidade africana.
"Todos os nossos esforços que concernem à boa governação e à paz devem ser baseadas num valor comum de África", afirmou o delegado da CUA, sublinhando que "ao promovermos estes valores poderemos criar um dia os verdadeiros Estados Unidos de África com cidadãos africanos conscientes e impregnados dos seus deveres em relação a estes objectivos".
O responsável da Divisão Cultura e Desportos na CUA anunciou igualmente a decisão tomada pela UA de organizar, à margem das cimeiras africanas, uma grande celebração cultural para promover este espírito panafricanista, garantia da carta para o renascimento cultural de África.