Agência Panafricana de Notícias

CPI julga autores das violências pós-eleitorais no Quénia

Nairobi- Quénia (PANA) -- O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Louis Moreno-Ocampo, prometeu abrir em breve um inquérito sobre a violência pós-eleitoral que fez mais de mil e 300 mortos no Quénia, considerando tal matança como crime contra a humanidade.
Chegado quinta-feira à capital queniana, Nairobi, o procurador do TPI falava pouco depois do seu encontro com o Presidente queniano, Mwai Kibaki, e com o primeiro-ministro, Raila Odinga.
Ele disse que o inquérito sobre as violências no Quénia deverá provavelmente iniciar em Dezembro próximo.
Os dirigentes quenianos, que convidaram o procurador a discutir oficialmente as modalidades de tratamento dos suspeitos, disseram estarem em curso preparativos para formar um tribunal local que ajudará o TPI.
"Tivemos discussões construtivas com Louis Moreno-Ocampo.
Foram francas e sinceras", disseram o Presidente Mwai Kibaki e o primeiro-ministro Raila Odinga, à saída dos seus encontros.
Odinga assegurou a comunidade internacional da determinação do seu Governo de prosseguir a agenda das reformas para evitar que as atrocidades passadas se reproduzam.
Disse durante uma conferência de imprensa que o seu Governo de coligação está a trabalhar com esforços para levar a bom porto as mudanças recomendadas durante as negociações de Serena.
"Estamos todos comprometidos a implementar a agenda das reformas a fim de o país não cair novamente neste cenário ocorrido durante o período pós-eleitoral" em 2008, disse o primeiro-ministro.
Estas declarações seguiram-se à publicação dum comunicado conjunto com o Presidente Kibaki enunciando o seu compromisso de cooperar com Moreno-Ocampo no quadro do julgamento dos suspeitos da violência pós- eleitoral.
Segundo Odinga, o Governo queniano está disposto a trabalhar com Moreno-Ocampo para que os responsáveis do caos que assolou o país sejam julgados.
A chegada de Moreno-Ocampo ao país suscitou reacções mistas da parte das vítimas e dos suspeitos do impasse político de 2007 e coincide com uma intensificação da campanha das organizações da sociedade civil e dos militantes dos direitos humanos.