Agência Panafricana de Notícias

CPJ pede reabertura de rádio Sky One nos Camarões

Nova Iorque- Estados Unidos (PANA) -- O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) apelou às autoridades camaronesas para reabrir a estação de rádio privada Sky One Radio, encerrada segunda-feira passada devido a um programa interactivo, aberto ao público.
Num comunicado chegado quinta-feira à PANA, o CPJ indica que cerca de 20 gendarmes selaram sumariamente os estúdios da Sky One Radio, sediada em Yaoundé, a capital camaronesa, citando o presidente director-geral da estação, Joseph Angoula Angoula.
Esta estação é acusada de "atentados recorrentes às disposições legislativas e regulamentares que regem o sector da comunicação audiovisual", segundo uma declaração publicada no site Internet do Ministério camaronês da Comunicação.
Contudo, a declaração não revela pormenores relativos a estas violações.
"O Governo camaronês parece ter medo de ouvir certas vozes sobre assuntos de interesse público", sublinha no comunicado o director da secção África do CPJ, Tom Rhodes.
A decisão das autoridades camaronesas está ligada a uma emissão interactiva diária denominada "Le Tribunal (O Tribunal)", que permitia aos ouvintes exprimir as suas inquietações e pedir ajuda através das ondas da estação.
"Esta censura é inaceitável.
As autoridades devem imediatamente levantar a suspensão da Sky One", frisou Rhodes.
A Sky One recebeu, a 6 de Agosto, uma carta do Ministério camaronês da Comunicação exigindo a suspensão da emissão.
Esta carta seguia-se à difusão, a 24 de Julho último, duma emissão durante a qual uma mulher seropositiva originária da República Democrática do Congo (RDC) declarou que a sua Embaixada se recusou a entregar-lhe documentos de viagem para que ela pudesse regressar ao seu país, segundo o comunicado do CPJ, citando o apresentador da emissão, Duval Lebel Eballe.
O Ministério teria depois exortado a Sky One a mudar de apresentador e a deslocar o seu horário.
Esta decisão seguiu-se a um angariamento de fundos organizado pela Sky One para aquela mulher e à intervenção da estação junto da Embaixada congolesa a seu favor, segundo a mesma fonte.
Em Julho passado, o CPJ sediado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, enviou uma carta ao Presidente camaronês, Paul Biy, para lhe instar a "pôr termo a uma série de violações da liberdade de imprensa que entravam a livre circulação da informação nos Camarões".